quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Origem e maldade das heresias [A Unidade da Igreja - X]

10 - Origem e maldade das heresias

(1) A origem de onde nasceram freqüentemente e continuam nascendo as heresias é a seguinte: há mentes perversas e sem paz, que, discordando em sua perfídia, não podem suportar a unidade. O Senhor, por seu lado, respeita a liberdade do arbítrio humano, permite e tolera que isto aconteça, a fim de que o crisol da verdade purifique os nossos corações e as nossas mentes, e, na provação, resplandeça com luz inequívoca a integridade da fé.

(2) O Espírito Santo nos previne, por meio do Apóstolo: "Convém que haja heresias para que entre vós se tornem manifestos os que resistem à prova" (1Cor 11,19). Assim, aqui mesmo, antes do dia do juízo, são divididas as almas dos justos e dos perversos e as palhas são separadas do trigo.

(3) Esses são os que, por própria iniciativa e sem chamamento divino, se põem a encabeçar temerários grupinhos. Contra toda a lei da ordenação, se constituem superiores e, sem que ninguém lhes dê o episcopado, se atribuem a si mesmos o nome de bispos. A eles faz alusão o Espírito Santo, no Salmo, falando dos que estão sentados em cátedras de pestilência, porque são peste infecciosa da fé. Mestres na arte de corromper a verdade, eles enganam com bocas de serpente, vomitando de suas línguas pestilentas peçonhas mortíferas. Os seus discursos brotam como chaga cancerosa, o trato com eles deixa no fundo de cada coração um veneno mortal. 

S. CYPRIANUS CARTHAGINENSIS

domingo, 18 de setembro de 2011

O papa e seus “crimes” contra a humanidade


Por Igor Ramon
Recebi, com muita surpresa através da impressa, a notícia de que o papa e mais três autoridades da Santa Sé estavam figurando como réus em um processo no TPI (Tribunal Penal Internacional), a iniciativa da ação teria partido do uma organização denominada Rede de Sobreviventes (destaco!) de Vítimas de Abusos de Padres e de grupos de “direitos humanos” e “estudos constitucionais”, em comunhão de vontades. Consta ainda que a peça acusatória foi interposta pelo Procurador que atua no Parquet do TPI, o advogado argentino Luis Moreno-Ocampo.

O conteúdo da referida denúncia baseia-se na imputação ao papa e os demais membros da Santa Sé citados da prática de “crimes contra humanidade”, em virtude de os mesmos terem supostamente ocultado as práticas de abusos sexuais cometidos per membros do Clero da Santa Igreja. 
Não se faz necessário um notável saber jurídico para concluir que tal processo tem poucas chances de lograr êxito, tendo em vista a ausência de alguns pressupostos imprescindíveis, tais como a tipicidade da conduta imputada, as comprovações de autoria e de materialidade, a falta de justa causa, além de absoluta incompetência que tem esse Tribunal para julgar o suposto crime, haja vista que nem o Vaticano nem os Estados Unidos da América (onde predominaram os abusos sexuais) serem signatários do Tratado de Roma, que instituiu o TPI.

No que concerne à tipicidade da conduta, considerando alguns postulados como os do Professor Eugenio Raul Zafaroni, podemos inferir que uma conduta para ser considerada típica (criminosa) deve ter uma relação de causalidade com o resultado naturalístico superveniente. O que não se observa in casu, uma vez que mesmo com o suposto silêncio do Vaticano diante dos casos de abuso sexual, a maioria, senão todos, os clérigos envolvidos com tais crimes foram punidos seja penal, disciplinar ou administrativamente.
Quanto à materialidade, autoria e justa causa não se mostram presentes pelas razões já expostas.
Com efeito, a absoluta incompetência do Tribunal Penal Internacional para julgar esse suposto crime, se comprova tendo em vista que a Corte, sediada em Haia, na Holanda, só tem jurisdição nos Estados que assinaram o Tratado de Roma e sua competência restringe-se ao julgamento dos que são de fato Crimes contra a humanidade, tais como crimes de guerra, de genocídio e de agressão, que não em engloba de nenhuma maneira os crimes sexuais os crimes contra os costumes, nos termos do Art. 5º do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional.
A acusação é inequivocamente inócua, mas isso não é o mais preocupante, visto que uma condenação por um tribunal de homens não pode surtir efeito na Igreja que não em sua natureza uma instituição humana, mas de natureza espiritual, podemos dizer que uma condenação do TPI não teria poder sequer de fazer cócegas na Barca de Pedro. Pergunto-me: Quem é o TPI e quem é Igreja? A Igreja nossa grande conhecida, Mãe e Mestra da verdade, construtora da Civilização, instituída por Nosso Senhor e confiada a Pedro, 2000 anos de história e o TPI... o TPI surgiu em 1998 e não me lembro de nenhum julgado relevante feito por essa. É grande a disparidade. O que de fato me de preocupa é a ilusão de muitos organismos mundiais que sonham em ver a Igreja “como escabelo por debaixo de seus pés” (cf. Sl. 109,1) e a mentalidade doente da impressa que quer incutir na cabeça das pessoas uma imagem distorcida e fantasiosa da Igreja.
Ora, essa acusação feita Sua Santidade me faz lembrar a que sofreu Nosso Senhor, que morreu inocente e se perguntando o que teria feito além de amar demasiadamente o mundo. Será este o crime que Bento XVI praticou contra humanidade? O simples fato de amá-la?

Bibliografia:
ZAFFARONI, Raúl Eugênio et al. Derecho Penal: Parte General. 2. ed. Ediar: Buenos Aires, 2005.
Bíblia Sagrada, Ed. Ave Maria, São Paulo, 2001, pg. 748.
Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. Disponível em: <http://www.gddc.pt/direitos-humanos/textos-internacionais-dh/tidhuniversais/tpi-estatuto-roma.html> Acesso em: 18 set 2011
Para citar este artigo:
SILVA, Igor Ramon. O papa e seus “crimes” contra a humanidade. In: <http://perecclesiaeunitate.blogspot.com/> 18.09.2011
Igor Ramon tem 20 anos, é acadêmico do Curso de Graduação em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, estagiário pelo TJRN na 2ª Vara Criminal da Comarca de Mossoró, desde 2005 faz parte Renovação Carismática Católica da Diocese de Mossoró, onde exerce Ministério de Pregação e Formação, tendo sido coordenador diocesano do Ministério de Liturgia desse movimento além de atuar no Ministério Universidades Renovadas, junto com alguns amigos se dedica ao estudo da Doutrina da Igreja, em especial no que diz respeito a Sagrada Liturgia e ao Direito Canônico, também se dedica a edição e publicação de artigos em blogs.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Papa rejeita instrumentalização indevida da liturgia com fins “catequéticos”


Bento XVI aos participantes da 62ª Semana Litúrgica Italiana
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 24 de agosto de 2011 (ZENIT.org) – O Papa destacou a necessidade de aprofundar cada vez mais na relação entre catequese e liturgia, rejeitando, no entanto, toda instrumentalização indevida da liturgia com fins “catequéticos”.
Esta foi a mensagem que enviou, por meio do secretário de estado vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, aos participantes da 62ª Semana Litúrgica Italiana, que se realiza na cidade de Trieste de 22 a 26 de agosto, com o tema “Deus educa seu povo. Liturgia, fonte inesgotável de catequese”.
Com relação à dimensão educativa da liturgia, a mensagem destaca que “a liturgia pode ser chamada de catequese permanente da Igreja, fonte inesgotável de catequese, preciosa catequese em ato”.
Ele se refere à liturgia como a uma “experiência integrada de catequese, celebração, vida”; e acrescenta que “expressa, além disso, o acompanhamento maternal da Igreja, contribuindo assim para desenvolver a vida cristã do crente e o amadurecimento da sua consciência”.
O texto, que foi lido nesta segunda-feira, no início do congresso, indica que “a liturgia, além de expressar a prioridade absoluta de Deus, manifesta seu ser 'Deus conosco'”.
“Neste sentido, Deus é o grande educador do seu povo, o guia amoroso, sábio, incansável, em e através da liturgia, ação de Deus no hoje da Igreja”, acrescenta.
Para o Papa, a Igreja, “especialmente quando celebra os mistérios divinos, se reconhece e se manifesta como realidade que não pode ser reduzida ao único aspecto terreno e organizativo”.
Nestes divinos mistérios, destaca a mensagem, “deve aparecer claramente que o coração latente da comunidade deve se reconhecer muito além dos estreitos e no entanto necessários limites dos ritos, porque a liturgia não é o que o homem faz, mas o que Deus faz com sua condescendência admirável e gratuita”.
Bento XVI espera que este encontro se coloque “cada vez mais ao serviço do genuíno sentido da liturgia, favorecendo uma sólida formação teológico-pastoral, em plena consonância com o Magistério e a tradição da Igreja”.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Jovens - futuro da Sagrada Liturgia

Para quem acha que os jovens querem Missa com dança, barulho e "novidades", vejam essa Missa Celebrada na Jornada Mundial da Juventude 2011. Matéria retirada do Blog Oblatvs



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Solene Pontifical celebrado na Igreja de San Francisco de Sales em Madri para os jovens participantes da Jornada Mundial da Juventude.
O celebrante é o bispo de Fréjus-Toulon, Dom Dominique Rey, que tive a alegria de conhecer há mais de 10 anos em Toulon, quando lá estive visitando um antigo professor, Pe. Thierry Dassé. Na ocasião, Dom Rey ainda estava mais vinculado aos novos movimentos e falou-me com entusiasmo sobre aShalon que ele conheceu e levou para sua diocese. Penso que ainda se encontram lá alguns missionários leigos da Shalon.
Fonte:

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Balada "Santas"?


Será????
          Bem, hoje vou falar um pouco sobre algo que algumas pessoas usam, principalmente os jovens da Igreja, dizendo que estão evangelizando, porém estão apenas usando as coisas que o mundo oferece tentando maquiá-las com palavras cristãs. Aí entram as discotecas “cristãs”, alguns ritmos como, por exemplo, o rock e as “missas jovens”.
          Vamos pensar um pouco: será que esses métodos – vamos chamá-los assim – de evangelização funcionam mesmo? Neste artigo, vamos tentar responder a essas questões e, como sempre, fundamentar as respostas nos pilares da Igreja: a Bíblia, a Santa Tradição e o Magistério da Igreja.
          São incontáveis os movimentos e pastorais da Igreja que usam das discotecas "cristãs" como forma de tentar evangelizar os jovens. Se fossemos pensar pelo lado do número de pessoas que vão a esse tipo de eventos, chegaríamos à conclusão que é uma ótima maneira. Mas não é o caso, já que desde sempre os nossos Pontífices pedem que a juventude seja santa, então queremos santidade e não quantidade, não que não queiramos muitos, mas temos que primeiramente pensar em santificá-los.
          Além disso, falando sério, e isso posso falar por experiência própria, pois já fui a umas “cristo”tecas, seria esse um ambiente católico de verdade, alguém teria a coragem de falar isso? Respondo: Não, pelo contrário! O ambiente é praticamente o mesmo de uma discoteca secular, o que muda é somente o fato de que as músicas tem (ou não) uma temática católica. Falando na linguagem da juventude, a “pegação” também rola solta, acontece o maldito fica-fica do mundo, quando não acontece coisas piores, as meninas dançam de forma sensual, ou seja, de forma alguma seria um ambiente em que jovens comprometidos com o Evangelho de Jesus Cristo, com a Cruz e com o desejo de pureza estariam.
          Falemos também sobre o rock, esse é um dos, digamos, maiores problemas. Muitas bandas ou ministérios de música insistem em usar desse estilo musical para “converter” - é o que eles dissem - as pessoas que estão “no mundo”, com isso rasgam de uma vez as “vestes da tradição da Igreja”. Bem, estes alegam que a Igreja não é contrária ao rock porque não tem um pronunciamento oficial em seus documentos. A julgar que esse argumento é totalmente ridículo, vamos aos reais motivos pelos quais defendemos o contrário.   
          Primeiramente, os principais exorcistas da Igreja consideram o rock como o principal meio pelo qual o demônio leva almas para o inferno. O Pe. Gabriele Amorth fala sobre isso em uma entrevista [Veja aqui], claramente ataca o rock satânico em si, mas, usando as palavras de um dos sucessores de São Pedro, diz que a fumaça de Satanás está em todas as partes, podemos ver isso mais uma vez nesses malditos estilos musicais dentro da Igreja. Além do mais, a Igreja combate as revoluções modernas e o rock é a principal arma revolucionária dos últimos tempos, com isso podemos deduzir que esta é a praga dos nossos dias, e que deve ser e é combatida pela Igreja.
          Continuando, o rock sempre foi usado para fazer-se contrário a tudo, por exemplo, é usado sempre para se fazer oposição aos governos e suas práticas. Foi o rock que inicialmente ocasionou a revolução sexual em Woodstock, e ainda alguns dos músicos das bandas deste estilo musical, como em qualquer outra, tem uma boa influência sobre os seus fãs. Como se tudo isso não bastasse, os que se dizem católicos, insistem em pregar um maldito anti-evangelho, dizendo que fazer tatuagens, colocar pircings não é pecado, e que é até interessante colocar um símbolo religioso como, por exemplo a medalha de São Bento – queria saber o que ele pensa sobre isso :P – quando a Bíblia – conf. Lv 19,28 – e a Igreja não permitem o uso de tais coisas.
          Uma outra aberração, o que eu considero como a pior atitude, é o que, em alguns locais, chamam de “missas Jovens”. Nestes eventos, vê-se claramente a desobediência dos que as organizam. Com o objetivo de trazer jovens para a Santa Missa, fazem de tudo que causaria um infarto em São Pe. Pio e São Cura D'Ars – isso se eles não os expulsassem a bofetadas –, estes literalmente trancam o missal no armário da sacristia e criam uma liturgia de seu próprio interesse, com isso a Santa Missa deixa de apresentar aquilo que realmente é, ou seja o Calvário, a manifestação da Paixão e Morte do Nosso Senhor Jesus Cristo e torna-se um showzinho barato. Nessas “missas jovens”, a nave da Igreja torna-se palco de todo tipo de danças, às vezes até danças parecidas ou iguais às que acontecem em terreiros de macumba; torna-se lugar de paquera, não se vai mais a Igreja para adorar a Deus, e sim com o interesse de se ver o que vai acontecer de novo, de que danças vão fazer. Aí vem os aplausos e todo tipo de coisas que não se deve fazer no Calvário que é a Santa Missa.
          Eu pergunto agora, como você se comportaria estando na Gólgota no momento em que o Nosso Senhor Jesus Cristo se sacrificava por nós? Estaria dançando? Ou iria para junto de Nossa Senhora e lá acompanharia o sacrifício com compaixão e contemplação? Pense nisso!
          São Francisco de Sales (1567-1622), no seu livro Filotéia, fala: As danças e os bailes são coisas de si inofensivas; mas os costumes de nossos dias tão afeitos estão ao mal, por diversas circunstâncias, que a alma corre grandes perigos nestes divertimentos.(...) Fica-se aí alta hora da noite, perdendo-se a manhã seguinte e conseguintemente o serviço de Deus. Numa palavra, é uma LOUCURA fazer da noite dia e do dia noite, e trocar os exercícios de piedade por vãos prazeres. TODO baile está cheio de vaidade e emulação e a vaidade é uma disposição muito favorável às paixões desregradas e aos amores perigosos e desonestos, que são as conseqüências ordinárias dessas reuniões. (...) Eis aqui alguma que muito te aconselho: (Os destaques são meus)
1. Naquelas mesmas horas que passaste no baile, muitas almas se queimavam no inferno por pecados cometidos na dança ou por suas más conseqüências.

2. Muitos religiosos e pessoas piedosas, nessa mesma hora estavam diante de Deus, cantando seus louvores e contemplando a sua bondade; na verdade, o seu tempo foi muito mais empregado que o teu!

3. Enquanto dançavas, muitas pessoas se debatiam em cruel agonia, milhares de homens e mulheres sofriam dores atrocíssimas em suas casas ou nos hospitais. Ah! eles não tiveram um instante de repouso e tu não tiveste a menor compaixão deles; não pensas tu agora que um dia hás de gemer como eles, enquanto outros dançarão?!...

4. Nosso Senhor, a SS. Virgem, os santos e os anjos te estavam vendo no baile. Ah! Quanto os desgostaste nessas horas, estando o teu coração todo ocupado com um divertimento fútil e tão ridículo!

5. Ah! Enquanto lá estavas, o tempo se foi passando e a morte se foi aproximando de ti; considera que ela te chame para a terrível passagem do tempo para a eternidade e para uma eternidade de gozos ou de sofrimentos.

           Portanto, se ele, naquela época, já falou isso, imagine hoje em dia? Os santos são os nossos mestres aqui na terra, seus ensinamentos devem ser escutados e seguidos já que foi vivendo assim que eles conseguiram o caminho do Céu. Citando outro santo: “Os cristãos que entram num baile, deixam seu anjo da guarda na porta e é um demônio que o substitui; portanto, logo passa a haver na sala, tantos demônios quanto dançarinos” (São João Maria Vianney). Por isso, temos que ter cuidado com os locais para onde vamos.
          Caríssimos, olhem o que o Santo Padre disse em uma visita a Fátima: "Diria que uma Igreja que procura ser acima de tudo atrativa já está no caminho errado. Pois a Igreja não trabalha por si, não trabalha para aumentar seus próprios números, e assim o seu poder. A Igreja está a serviço de um Outro". Deixo também as duras palavras de Santo Irineu de Lyon: "Por astuta aparência de verdade, os hereges seduzem a mente dos inexpertos e escravizam-nos, falsificando as palavras do Senhor" (Ad Haer, Pr. 1).
          Observe também a exortação de São Paulo: “Prega a palavra, insiste, quer agrade quer desagrade.”(2 Tim 4, 2-4)
          Imaginem Cristo montando uma discoteca para converter, São Paulo com brinquinho, piercing e inúmeras caveiras no braço falando que morreria pelo evangelho do Senhor, São Pedro com tatuagens, um piercing na língua, para não falar só dos apóstolos, pense em São Padre Pio, Madre Tereza de Calcutá, João Paulo II e o papa Bento XVI promovendo estes eventos ridículos? E ai? Conseguiu imaginar? Difícil, não é? Por que é tão fácil para alguns católicos promoverem isto, sendo que todos são chamados à santidade e obediência a Cristo e a Igreja? Decidiram tirar “as vestes da tradição da Igreja” em nome de um evangelismo infrutífero.
          “Ai dos que dizem que é bom aquilo que é mau, que dizem que é mau aquilo que é bom, que põem as trevas no lugar da luz e a luz no lugar das trevas, põem o doce no lugar do amargo e o amargo no lugar do doce!” Diz o profeta Isaías no capitulo 5.
          Para finalizar, espero que, com esse post, tenha conseguido mostrar a vocês caríssimos, que não adianta tentar levar os jovens, não só eles, mas qualquer pessoa para a Igreja dando a eles justamente as mesmas coisas que o mundo oferece, eles podem até vir, passar um tempo, mas depois e ai? Para onde eles vão? Será que eles terão forças para resistirem às provações, ou melhor, são mesmo tão frutíferas essas práticas de evangelização, que lhes darão forças para as lutas finais? Será que eles continuarão na Igreja Verdadeira ou irão para a religião do Anti-cristo?
          Porque, com sabemos, no fim as tentações serão muitas, as lutas, as perseguições... tudo será difícil, por mais que seja provável que não mais estejamos aqui, mas os nossos filhos, netos estarão, e eles viverão com nossos exemplos, e qual exemplo daremos, o de santidade ou de promiscuidade? Pensem irmãos, sei que são sábios, que Deus lhes concedeu os Dons de Ciência e Sabedoria. Usem-nos!
Romário Kionys. tem 21 anos é acadêmico do Curso de Ciência da Computação (UERN), voluntario do PET (Programa de Educação Tutorial) do curso de Ciência da Computação(UERN),é consagrado a Jesus por Maria pelo método de São Luís de Montfort, e co-editor deste blog.
Correção Natalyany Nunes. 

Para citar este artigo:
DIAS, Romário Kionys de Freitas. Baladas "Santas"? In: <http://perecclesiaeunitate.blogspot.com/>25.04.2011

sábado, 2 de abril de 2011

Dons Extraordinários

Por Samuel Érico

Vi esse texto no site do Padre Demétrio (www.pedemetrio.com.br), da Arquidiocese de Niteroi, e de imediato me identifiquei muito. O autor do texto é o Padre Antonio Paes, da mesma Arquidiocese do Pe. Demétrio.

Vejamos:


Foi apresentada no Teresianum uma revolucionária tese sobre os fenômenos místicos extraordinários do início do século XXI. Como se percebe, a cura pastoral das pessoas que possuem esses fenômenos se torna cada vez mais difícil. Em alguns casos, alguns fiéis que possuem esses carismas se sentem fora da Igreja Católica, pois se trata de coisas extraordinárias, por isso, cada vez mais raras.
Apresentamos alguns desses dons extraordinários:
1. Rezar sem sentir nada: São aqueles fiéis que mesmo sem sentir nenhuma consolação perseveram nas práticas de piedade que recebem da Igreja;
2. Rezar sempre as mesmas coisas: São aqueles fiéis que embora cultivem um trato pessoal com Deus, se guiam, na maior parte das vezes, por orações já conhecidas;
3. Não ter locuções interiores que lhes façam ter a certeza de que estão no caminho certo: são os fiéis que precisam arriscar quando querem fazer a vontade de Deus;
4. Aceitar as doenças e contrariedades em geral: trata-se de um grupo cada vez menor, que, embora não queira sofrer, aceita as contrariedades por amor a Deus e ao próximo;
5. Cultivar o silêncio e a ordem sobretudo dentro da Igreja: são os fiéis que vêem de algum modo extraordinário que a Igreja é casa de Deus, e que a Missa é um verdadeiro Sacrifício, por isso se sentem misticamente travados na hora de bater palmas ou gritar “huhu”.
Se você possui esses carismas fenomenalmente extraordinários para os nossos dias, não se preocupe, a tese comprovou que você é somente um católico e nada mais.


domingo, 13 de março de 2011

Por que Não?

Dizem que o testemunho é capaz de arrastar! Então fica ai para nossos amigos leitores esse vídeo, enquanto ainda prepara uma postagem bem interessante, para vocês não ficarem sem atualização, confiram esse vídeo!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Arcebispo Dom Ranjith declara guerra aos desvios litúrgicos durante a Missa.

Mais um Bispo que nos que se mostra interessado em fazer de sua diocese um exemplo de Liturgia!


04.03.2010 - Colombo (Sri Lanka), Dom Ranjith declara guerra aos desvios litúrgicos: “Vetados os cantos e danças durante a missa, obrigatória a comunhão de joelhos”

“Queridos irmãos e irmãs,

Recentemente, algumas pessoas e movimentos católicos de renovação desenvolveram muitos exercícios para-litúrgicos não previstos pelo calendário paroquial ordinário. Apreciando as numerosas conversões, o valor do testemunho, o entusiasmo renovado pela oração, a participação dinâmica e a sede da Palavra de Deus, como bispo diocesano e administrador geral dos mistérios de Deus na igreja local a mim confiada, sou o moderador, o promotor e o guardião da vida litúrgica da arquidiocese de Colombo. Como tal, vos convido a refletir sobre os aspectos litúrgicos e eclesiológicos relacionados a esta nova situação e vos peço insistentemente que respeiteis as diretrizes enunciadas na presente circular de efeito imediato. A Eucaristia é a celebração do mistério pascal por excelência dado à Igreja pelo próprio Jesus Cristo. Jesus Cristo é o princípio de toda liturgia na Igreja e por esta razão toda liturgia é essencialmente de origem divina.

Ela é o exercício da Sua função sacerdotal e, portanto, não é certamente um simples empreendimento humano ou uma inovação piedosa. Na verdade, é incorreto definí-la uma simples celebração da vida. É muito mais do que isso. É a fonte e o ápice do qual todas as graças divinas enchem a igreja. Este sagrado mistério foi confiado aos apóstolos pelo Senhor e a Igreja cuidadosamente preservou a celebração ao longo dos séculos, dando vida à tradição sagrada e a uma teologia que não cedem à interpretação individual ou privada. Nenhum padre, conseqüentemente, diocesano ou religioso que seja, proveniente de uma outra arquidiocese ou mesmo do exterior, está autorizado a modificar, adicionar ou suprimir qualquer coisa no rito sagrado da missa. Não se trata de uma novidade, mas de uma decisão tomada em 1963 pela Constituição “Sacrosanctum Concilium” (22, 3), a Constituição Dogmática sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II, posteriormente reiterada várias vezes em documentos como “Sacramentum Caritatis”, de Sua Santidade Bento XVI, e “Ecclesia de Eucharistia” do Papa João Paulo II, de venerada memória. A este respeito, convém mencionar explicitamente alguns elementos: os sacerdotes não estão autorizados a modificar ou improvisar a Oração Eucarística ou outras orações imutáveis da Missa — mesmo quando se trata de dar detalhes sobre um elemento já presente — cantando respostas ou explicações diferentes. Devemos compreender que a liturgia da Igreja é estreitamente ligada à sua fé e sua tradição: “Lex orandi, lex credendi”, a regra da oração é a regra de fé! A liturgia nos foi dada somente pelo Senhor, ninguém mais, portanto, tem o direito de mudá-la; as manifestações do tipo “Praise and Worship” (literalmente “louvor e adoração”, mas aqui diz respeito a uma corrente musical de estilo gospel, NdT) não são permitidos no rito da Missa. A música desordenada e ensurdecedora, as palmas, os longos discursos e os gestos que perturbam a sobriedade da celebração não são autorizados. É muito importante que compreendamos a sensibilidade cultural e religiosa do povo do Sri Lanka. A maioria dos nossos compatriotas são budistas e por este motivo estão habituados a um culto profundamente sóbrio; por sua vez, nem os muçulmanos nem os hindus criam agitação em sua oração.

Em nosso país, além do mais, há uma forte oposição às seitas cristãs fundamentalistas e nós, como católicos, nos esforçamos para fazer compreender que os católicos são diferentes dessas seitas. Alguns destes chamados exercícios de louvor e adoração se assemelham mais aos exercícios religiosos fundamentalistas que a um culto católico romano. Que seja permitido respeitar a nossa diversidade cultural e a nossa sensibilidade; a Palavra de Deus prescrita não pode ser alterada aleatoriamente e o Salmo responsorial deve ser cantado e não substituído por cantos de meditação. A dimensão contemplativa da Palavra de Deus é de suma importância. Em alguns serviços para-litúrgicos as pessoas hoje têm a tendência a se tornar extremamente faladoras e tagarelas. Deus fala e nós devemos escutá-Lo; para ouvir bem, o silêncio e a meditação são mais necessários que a exuberância cacofônica; os sacerdotes devem pregar a Palavra de Deus sobre os mistérios litúrgicos celebrados. É expressamente proibido aos leigos pregar durante as celebrações litúrgicas; a Santíssima Eucaristia deve ser administrada com extremo cuidado e máximo respeito, e exclusivamente por aqueles autorizados a fazê-lo.

Todos os ministros, ordinários e extraordinários, devem estar revestidos dos ornamentos litúrgicos apropriados. Recomendo a todos os fiéis, inclusive religiosos, receber a comunhão com reverência, de joelhos e na boca. A prática da auto-comunhão é proibida e pediria humildemente a cada sacerdote que a permite que suspendesse imediatamente esta prática; todos os sacerdotes devem seguir o rito da missa como determinado, de modo a não dar espaço a comparações ou opor as Missas celebradas por alguns sacerdotes às outras Missas ditas pelo resto dos sacerdotes; as bênçãos litúrgicas são reservadas exclusivamente aos ministros da liturgia: bispos, sacerdotes e diáconos. Todos podem rezar uns pelos outros. Recomenda-se insistentemente, entretanto, não usar gestos que podem provocar fantasias, confusões ou uma interpretação errônea”.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A Música na Missa

Por Lepoldo Galtieri

A música é parte atuante e vivificante da celebração do Mistério Pascal. Deve-se ter total zelo por essa arte sonora que nos acompanha em nossas celebrações eucarísticas, celebrações da palavra, grupos de oração, encontro de pastorais, enfim, está presente em tudo aquilo que constitui e aprimora a missão da Igreja que é a evangelização. Como diz a própria Sacrosanctum Concilium 112. “A tradição musical de toda a Igreja é um tesouro de inestimável valor, que se sobressai entre todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui parte necessária ou integrante da liturgia solene”. De todo esse tesouro iremos nos deter nesse momento, somente a música litúrgica: os cantos rituais e os que acompanham os ritos. Começaremos com a seguinte questão: Como zelar pela música da Missa? Em primeiro lugar, deve-se compreender que a missa é a pascoa que acontece em nosso dia a dia. Não é grupo de oração. Não é adoração ao Santíssimo Sacramento. Não é a celebração de 7º dia de algum familiar ou comemoração de quem passou no vestibular. A Missa é a Celebração do Mistério Pascal. É Cristo que se doa a cada Missa. É Cristo que morre e ressuscita toda vez que o ministro ordinário exerce sua função em sua plenitude. Para exercer qualquer função litúrgica de boa consciência do que se esta fazendo e vivendo é necessário que se entenda isso.
Entendido isso, passasse a compreender várias ações e funções litúrgicas, e começasse a ter noção da utilidade dos cantos executados na Missa. Ainda no parágrafo 112 do SC vemos que a “música sacra será tanto mais santa quanto mais intimamente estiver unida à ação litúrgica, quer como expressão mais suave da oração, quer favorecendo a unanimidade, quer, enfim, dando maior solenidade aos ritos sagrados.” Para não quebrarmos essa unanimidade e solenidade, é cabível a Conferência Episcopal, a função de nos fornecer os textos dos cantos que acompanham os ritos (Entrada, Ofertório e Comunhão) como consta no Instrução Geral sobre Missal Romano (IGMR) 390. Hoje aqui no Brasil temos o dito Hinário Litúrgico da CNBB para essa finalidade.
Já as partes fixas, como o próprio nome fala, são fixas. Imutáveis. Estas são: o Ato Penitencial, Glória, Santo e o Cordeiro de Deus. Cabe a nós obedecer aos textos que a Igreja utiliza a quase dois mil anos. Vamos tomar, por exemplo, deste, o Glória. Vejamos o que diz a IGMR 53: “O Glória, é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído por outro. Entoado pelo sacerdote ou, se for o caso, pelo cantor ou o grupo de cantores, é cantado por toda a assembleia, ou pelo povo que o alterna com o grupo de cantores ou pelo próprio grupo de cantores. Se não for cantado, deve ser recitado por todos juntos ou por dois coros dialogando entre si. É cantado ou recitado aos domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em celebrações especiais mais solenes.” Quem sou eu para alterar o Glória? A igreja canta isso a dois milênios! Algumas pessoas acham que o Glória é uma mera canção em louvor do Pai, do Filho e do Espirito Santo. Não é! É um hino Cristológico (não trinitário como se pensa) que tem sua “letra” já definida há séculos. Tentam fazer alterações também no Santo (Sanctus), fazendo mudanças sem nenhum fundamento teológico. Substituindo o texto por coisinhas como: ele é nosso rei, ele é nosso pai, ao invés de “os Céus e a terra proclamam a vossa glória”. Nós não podemos! Não temos autoridade para modificar os textos das partes fixas. Nem as conferencias episcopais tem! Porque eu iria fazer isso? Porque a música tal é bonitinha ou porque toca os corações das pessoas?
A Missa é a celebração do Mistério Pascal. Repito isso quantas vezes precisar. Não é momento de se colocar musiquinhas sentimentalistas para tocar nos corações das pessoas e elas se emocionarem. A função da música na missa é de ser parte celebrante, instrumento para oração. As melodias compostas por compositores que entendam de liturgia dá um sentido de vivacidade a música! “Ah, mas eu gosto tanto daquela música que tocou meu coração naquele dia porque eu estava passando por tal dificuldade!” Reze com essa música então! Escuta ela em casa! Canta no encontro de casais, no grupo de jovens, no grupo de oração. A Missa tem suas músicas próprias e essas obedecem ao nosso Sagrado Magistério. Se você é católico, faça sua parte: Obedeça!
Para citar esse artigo:
BORGES, Leopoldo Galtieri Martins. A Música na Missa. In: <http://perecclesiaeunitate.blogspot.com/> 03.02.2011

Leopoldo Galtieri. tem 29 anos é licenciado em Música pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Especializando em Educação Musical pela Faculdade e Montenegro e em Liturgia pela Faculdade Católica do Cariri, Professor de Música da Rede Pública de Educação Básica, membro da Pastoral Litúrgica Diocesana, servo da RCC e co-editor deste blog.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

As orações por Cura segundo a Igreja. (Parte I)

Por Samuel Érico

Sempre presente em toda a história da Salvação, as curas tem uma presença certa nas comunidades cristãs. Mas o que dizer sobre a moda das religiões modernas, de supervalorizarem as curas? Moda essa que já está presente na Igreja de Cristo, Una, Santa, Católica e Apostólica. Encontramos no site do Vaticano dois textos importantíssimos sobre o assunto. O primeiro da Congregação para a doutrina da fé, do então Cardeal Joseph Ratzinger, INSTRUÇÃO SOBRE AS ORAÇÕES PARA ALCANÇAR DE DEUS A CURA. E o segundo é do Pontifício conselho para Unidade dos Cristãos, Conferencia de Juan Usma Gómez, a saber, A CURA PARA PENTECOSTAIS E CATÓLICOS.
Como sempre procuramos fazer nesse blog, tentaremos não expor opiniões pessoais sobre o assunto, mas fazer análise das situações segundo as definições da Santa Igreja, Mãe e Mestra da Verdade, e mostrar aplicações práticas a elas.
Começaremos com a Instrução da Congregação para a doutrina da Fé, aprovada pelo Papa João Paulo II:
“A oração que implora o restabelecimento da saúde é, pois, uma experiência presente em todas as épocas da Igreja e naturalmente nos dias de hoje. Mas o que constitui um fenômeno sob certos aspectos, novo é o multiplicar-se de reuniões de oração, por vezes associadas a celebrações litúrgicas, com o fim de alcançar de Deus a cura. Em certos casos, que não são poucos, apregoa-se a existência de curas alcançadas, criando assim a expectativa que o fenômeno se repita noutras reuniões do género. Em tal contexto, faz-se por vezes apelo a um suposto carisma de cura.”
“Essas reuniões de oração feitas para alcançar curas põem também o problema do seu justo discernimento sob o ponto de vista litúrgico, nomeadamente por parte da autoridade eclesiástica, a quem compete vigiar e dar as diretivas oportunas em ordem ao correto desenrolar das celebrações litúrgicas.”
Já de início, percebe-se uma certa prudência da Igreja, seja do ponto de vista do discernimento desse “suposto carisma de cura”, seja sob o ponto de vista Litúrgico.
Em seu primeiro capitulo a Instrução vem explicar a importância das doenças e da Cura na Economia da Salvação e seus significados, e diz “O homem é destinado à alegria, mas todos os dias experimenta variadíssimas formas de sofrimento e de dor”. E em seguida vem tratar do desejo da cura e da oração para alcançá-la, e sobre isso fala: ”Não só é louvável a oração de todo o fiel que pede a cura, sua ou alheia, mas a própria Igreja na sua liturgia pede ao Senhor pela saúde dos enfermos. Antes de mais, tem um sacramento ‘destinado de modo especial a confortar os que sofrem com a doença: a Unção dos enfermos’.” O terceiro ponto a ser abordado, ainda nesse primeiro capítulo é sobre o carisma de Cura no Novo Testamento, e explica: ”Não só as curas prodigiosas confirmavam o poder do anúncio evangélico nos tempos apostólicos; o próprio Novo Testamento fala de uma verdadeira e própria concessão aos Apóstolos e aos outros primeiros evangelizadores de um poder de curar as enfermidades em nome de Jesus”. Vem tratar ainda sobre as orações para alcançar de Deus a cura na Tradição: ”Os Padres da Igreja consideravam normal que o crente pedisse a Deus, não só a saúde da alma, mas também a do corpo.” “O mesmo Padre da Igreja (Santo Agostinho) deixou-nos o testemunho da cura de um amigo, alcançada graças às orações de um bispo, de um sacerdote e de alguns diáconos na sua casa. A mesma orientação se encontra nos ritos litúrgicos, tanto ocidentais como orientais.” E como último assunto a ser abordado pelo capitulo inicial, temos o “Carisma de Cura no Contexto Atual”, o então Cardeal traz explicações muito importantes sobre o tema proposto: ”No que concerne as reuniões de oração feitas com a finalidade precisa de alcançar curas, finalidade, se não dominante, ao menos certamente influente na programação das mesmas, convém distinguir entre as que possam dar a entender um «carisma de cura», verdadeiro ou aparente, e as que nada têm a ver com esse carisma”, e também “Não havendo relação com o ‘carisma de cura’, é óbvio que as celebrações previstas nos livros litúrgicos, se realizadas em conformidade com as normas litúrgicas, são lícitas e até muitas vezes oportunas, como é o caso da Missa pro infirmis. Quando não respeitarem as normas litúrgicas, perdem a sua legitimidade.(grifo nosso) e continua: “Por exemplo, não se deveria pôr em primeiro plano o desejo de alcançar a cura dos doentes, fazendo com que a exposição da Santíssima Eucaristia venha a perder a sua finalidade; esta, de fato, ‘leva a reconhecer nela a admirável presença de Cristo e convida à íntima união com Ele, união que atinge o auge na comunhão sacramental’.
Diante do tema tão atual e valorizado, sobretudo, por essa sociedade hedonista, que visa somente o prazer, e materialista, que esquece que a nossa Esperança está em Jesus Cristo Senhor, fonte da Vida Eterna, e que por esses motivos buscam a Cura de Deus mais até do que o próprio Deus. A Congregação para a doutrina da Fé nos traz algumas disposições preliminares, que devem ser observada, sobretudo pelos movimentos, leigos e membros do Clero que costumam promover tais encontros. Algumas das que normalmente são descumpridas são:
Art. 1 - Todo o fiel pode elevar preces a Deus para alcançar a cura. Quando estas se fazem numa igreja ou noutro lugar sagrado, convém que seja um ministro ordenado a presidi-las.
Portanto deveria se evitar o abuso de leigos estarem presidindo esses encontros em igrejas e lugares Sagrados, a não ser na ausência de um ministro ordenado (não de trata de “ministro de cura”, mas de membro do Clero). O leigo pode faze-lo mas é necessária a preferência a um Clérigo, a não ser em caso de uma súplica lida na Oração da Assembléia, como veremos mais adiante.
Art. 2 - As orações de cura têm a qualificação de litúrgicas, quando inseridas nos livros litúrgicos aprovados pela autoridade competente da Igreja; caso contrário, são orações não litúrgicas.
Art. 3 - § 1. As orações de cura litúrgicas celebram-se segundo o rito prescrito e com as vestes sagradas indicadas no Ordo benedictionis infirmorum do Rituale Romanum.
É necessário observar sempre a importância maior das orações litúrgicas, sem esquecer é claro que nossas orações também sobem ao Senhor.
§ 2. As Conferências Episcopais, em conformidade com quanto estabelecido nos Praenotanda, V, De aptationibus quae Conferentiae Episcoporum competunt do mesmo Rituale Romanum, podem fazer as adaptações ao rito das bênçãos dos enfermos, que considerarem pastoralmente oportunas ou eventualmente necessárias, com prévia revisão da Sé Apostólica.
Art. 4 - § 1. O Bispo diocesano tem o direito de emanar para a própria Igreja particular normas sobre as celebrações litúrgicas de cura, conforme o can. 838, § 4.
§ 2. Os que estão encarregados de preparar ditas celebrações litúrgicas, deverão ater-se a essas normas na realização das mesmas.
§ 3. A licença de realizar ditas celebrações tem de ser explícita, mesmo quando organizadas por Bispos ou Cardeais ou estes nelas participem. O Bispo diocesano tem o direito de negar tal licença a qualquer Bispo, sempre que houver uma razão justa e proporcionada.
Não poderia deixar de frisar a importância do Bispo para orientar suas dioceses sobre o assunto, vale lembrar que as orientações dos mesmos devem ser em conformidade com o que está nessa Instrução.
Art. 5 - § 1. As orações de cura não litúrgicas realizam-se com modalidades diferentes das celebrações litúrgicas, tais como encontros de oração ou leitura da Palavra de Deus, salva sempre a vigilância do Ordinário do lugar, em conformidade com o can. 839, § 2.
§ 2. Evite-se cuidadosamente confundir estas orações livres não litúrgicas com as celebrações litúrgicas propriamente ditas.
§ 3. É necessário, além disso, que na sua execução não se chegue, sobretudo por parte de quem as orienta, a formas parecidas com o histerismo, a artificialidade, a teatralidade ou o sensacionalismo.
Esse último ponto parece bastante difícil de cumprir, principalmente por se achar que a cura parte de um sentimento, e também por influências protestantes na maneira de rezar. É sempre necessário lembrar a Sobriedade da Mãe Igreja, o silêncio nos locais Sagrados. Também é muito salutar que se deixe que o Senhor da Vida venha a realizar as curas, não somos nós quem a realizamos, muito menos pela nossa histeria, artificialidade, teatralidade e sensacionalismo. Que nossa oração suba ao Senhor como incenso, o incenso é suave e não agride o ouvido dos outros. A Fé ultrapassa a Emoção.
Art. 7 - § 1. Mantendo-se em vigor quanto acima disposto no art. 3 e salvas as funções para os doentes previstas nos livros litúrgicos, não devem inserir-se orações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas, na celebração da Santíssima Eucaristia, dos Sacramentos e da Liturgia das Horas.
§ 2. Durante as celebrações, a que se refere o art. 1, é permitido inserir na oração universal ou 'dos fiéis' intenções especiais de oração pela cura dos doentes, quando esta for nelas prevista.
As Missas pro infirmis são totalmente diferentes dessas “Missas de Cura”. A pro infirmis está prescrita pelos livros e não incluem orações espontâneas a todo momento, muito menos em "línguas". Já essas de “cura” comumente trazem orações espontâneas em excesso, e até descumprindo as normas sobre histerismo etc. e mesmo que busque-se cumprir as normas, e se faça com sobriedade, ainda assim se torna ilícito que se insira nas Celebrações Eucarísticas, essas orações, e tal prática fere a Unidade da Igreja, conforme o trecho grifado acima.
§ 2. As orações de exorcismo, contidas no Rituale Romanum, devem manter-se distintas das celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas.
§ 3. É absolutamente proibido inserir tais orações na celebração da Santa Missa, dos Sacramentos e da Liturgia das Horas.
Não é tão comum, mas acontece de se inserir abusivamente nas orações litúrgicas, essas orações de exorcismo, e ainda pior na Celebração da Santa Missa. Apesar de ser muito raro, acontece.
Art. 9 - Os que presidem às celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas, esforcem-se por manter na assembleia um clima de serena devoção, e atuem com a devida prudência, quando se verificarem curas entre os presentes. Terminada a celebração, poderão recolher, com simplicidade e precisão, os eventuais testemunhos e submeterão o facto à autoridade eclesiástica competente
Outro abuso bastante comum, é a falta de devoção causada por músicas que geram dancinhas, por vezes imodéstias, além do uso de instrumentos e ritmos que lembram o rock, que tiram a devoção e concentração, trazendo a emoção e o sentimentalismo a tona, em detrimento da prudência. Há sempre uma necessidade de mostrar as supostas curas de imediato como se o discernimento pessoal ultrapassasse a autoridade Eclesiástica, o que gera falta de precisão e de simplicidade já que a cura é quase um troféu a ser exibido a assembleia presente.
Art. 10 - A intervenção da autoridade do Bispo diocesano é obrigatória e necessária, quando se verificarem abusos nas celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas, em caso de evidente escândalo para a comunidade dos fiéis ou quando houver grave inobservância das normas litúrgicas e disciplinares.
Pedimos aos Reverendíssimos Bispos que cumpram com suas obrigações e, portanto, verifiquem e corrijam os abusos comumente cometidos no Brasil. E o pedimos, não com o intuito de acabar com tais orações, mas que as mesmas sejam feitas em conformidade com as normas, sem que seja ferida a Unidade da Santa Igreja Católica, já tão maltratada por nossas falhas.
Todos os grifos são nossos.
Para ler a instrução na íntegra:

Na parte II trataremos sobre o texto do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos.
Para citar esse artigo:
SOUSA, Antônio Samuel Érico de. As orações por Cura segundo a Igreja (Parte I) In: <http://perecclesiaeunitate.blogspot.com/> 03.02.2011

Samuel Érico tem 21 anos, é noivo, acadêmico do Curso de Graduação em Administração pela Universidade Potiguar, a 8 anos teve uma experiência com Deus através da Renovação Carismática Católica, atualmente é membro da Comunidade Mariana Totus Tuus que tem como missão propagar no mundo verdadeira devoção a Santíssima Virgem, exerce seu apostolado Católico dando formações sobre temas diversos da Santa Igreja, junto com alguns amigos se dedica ao estudo informal da Doutrina da Igreja, em especial no que diz respeito a Sagrada Liturgia e é co-editor deste blog.