quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Missa solene no pós-guerra alemão



Esta foto vale mais do que um trilhão de livros em defesa da sacralidade na Missa e da obediência das rubricas.

Em pleno pós-guerra, em uma igreja destruída, a Catedral de Münster, na Alemanha, com milhares de pessoas sofrendo e passando fome, a Missa é celebrada com toda a dignidade e sobriedade, como convém a um SACRIFÍCIO.

Isso mostra como são falaciosos os argumentos de que se celebram Missas de qualquer jeito, no Brasil, por causa da pobreza, da ausência dos paramentos etc. Aliás, os paramentos que não existem em certas paróquias não estão mais lá porque foram jogados fora, doados, vendidos etc.

Missa deve ser sacra, solene, sóbria, com canto decente - de preferência gregoriano ou polifonia -, com amplas doses de latim - quando não totalmente -, versus Deum - ou, quando versus populum, com tanta reverência no olhar que se esteja coram Deo -, com cumprimento rigoroso e integral das rubricas. Missa não é show, não é nossa propriedade. Sejamos seus servidores, não seus donos. Para a maior glória de Deus.

Postado no blog Salvem a Liturgia por Rafael Vitola Brodbeck

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A túnica inconsútil de Cristo [A Unidade da Igreja - VII]

7 - A túnica inconsútil de Cristo


(1) Este sacramento da unidade, este vínculo de concórdia inviolada e sem rachadura, é figurado também pela túnica do Senhor Jesus Cristo. Como lemos no Evangelho, ela não foi dividida, nem, de modo algum, rasgada, mas sorteada. Isto quer dizer que quem toma a veste de Cristo e tem a dita de se revestir do próprio Cristo [Rom 13,14; Gál 3,27], deve receber a sua túnica toda inteira e possuí-la intacta e sem divisão.

(2) Diz a divina Escritura: "Quanto à túnica, visto que, desde a parte superior, era feita de uma única tecedura, sem costura alguma, disseram: não a dividamos, mas lancemos-lhe a sorte para ver a quem toca" (Jo 19,23-24). A unidade da túnica derivava da sua parte superior - em nosso caso, do céu e do Pai celeste. Aquele que a recebia e guardava não podia rasgá-la de modo nenhum, de fato ela era resistente e sólida por ser constituída de um modo inseparável.

(3) Não pode possuir a veste de Cristo aquele que rasga e divide a Igreja de Cristo.

(4) O contrário aconteceu à morte de Salomão, quando o seu reino e o povo deviam ser divididos. O profeta Aías, indo ao encontro do rei Jeroboão no campo, cortou o seu manto em doze partes, dizendo: "Toma para ti dez partes, porque assim diz o Senhor: eis que eu divido o reino da mão de Salomão, a ti darei dez cetros e dois ficarão para ele, por causa do meu servo Davi e de Jerusalém, a cidade eleita em que eu pus o meu nome" (1Rs 11,30-36). Para separar as doze tribos de Israel, o profeta dividiu o seu manto.

(5) Mas o povo de Cristo não pode ser dividido, e por isso a sua túnica, que era um todo feito de uma só tecedura, não foi dividida por aqueles que a deviam possuir. Ficando uma só, bem firme na sua contextura, ela mostra a união e a concórdia do nosso povo, isto é, daqueles que são revestidos de Cristo. Por este sinal sagrado da sua veste, proclamou ele a unidade da Igreja.

domingo, 15 de novembro de 2009

A Imaculada Conceição

Por Fábio Valentim

 

Caríssimos irmãos,
Saudações em Cristo.

A virgem Mãe de Deus é "cheia de graça".

Et ingressus ad eam dixit: “Ave, gratia plena, Dominus tecum” (Lc I, XXVIII)

Deus por seu privilégio e objectivamente para a sua encarnação preservou Maria de toda a mancha do pecado, os pais da Igreja já testemunhavam essa verdade com fervor nos primeiros séculos do cristianismo, o grande teólogo Orígenes de Alexandria (185 — 253 d.C) disse:

"Esta Virgem Mãe do Unigênito de Deus chama-se Maria,
digna de Deus, imaculada das imaculadas, sem par"
(Homilia 1).

A minha intenção ao publicar este artigo é com objetividade esclarecer esta questão e solucionar as duvidas imposta pelos modernistas rebelados; gostaria ainda de dar continuidade as colocações patrísticas e expor as belas palavras de S.Agostinho de Hipona (354-430 d.C):

"Nem se deve tocar na palavra 'pecado' em se tratando de
Maria; e isto em respeito Àquele de quem mereceu ser a
Mãe, que a preservou de todo pecado por sua graça"
(Sermão 215,3).

"Não entregamos Maria ao diabo por condição original pois
afirmamos que sua própria condição original se anula pela
graça da redenção." (Contra Juliano 4).


Apesar de toda a clareza explicativa dada pelos Pais da Igreja - que possuem inclusive a autoridade magisterial para tal tarefa - os protestantes discordam destes ensinamentos, ao meu ver, esta atitude é tomada para minimizar a Virgem Maria e toda a graça (de Deus) recebida.

"Ave, cheia de Graça" (Lc 1,28), a saudação do anjo mostra muito bem a Graça que Deus concedeu á Virgem. Ser cheia de graça significa que a Virgem obtivera a graça que não existia, a graça perdida, a graça original, isto é, a Imaculada Conceição. A palavra em grego "Kecharitoménê" é colocada para designar a graça em plenitude, ou seja, a graça em sentido pleno. Permitam-me então declarar que o Arcanjo proclamou a Virgem da seguinte forma: Maria, sois imaculada, e por isto serás a mãe do Salvador. Quero lembrar que estas palavras foram pronunciadas antes da concepção pelo Espírito Santo, o que mostra que a graça foi dada a ela bem antes deste momento e que Deus está com Nossa Senhora antes da encarnação do Verbo. Onde está Deus não há pecado, ou seja, Maria não tinha o Pecado Original.

Nosso Senhor é o contrário do Pecado por definição. O Pecado é Seu inimigo, o Pecado é a ofensa feita a Ele. Assim, seria como misturar matéria e antimatéria, vírus e anticorpo, se Ele tivesse que ser colocado em um ventre marcado pelo Pecado Original. Ele não poderia ser nutrido por este corpo, Ele não poderia ter o Seu código genético originado deste corpo... a gravidez seria na verdade uma ilusão, pois Sua mãe não seria Sua mãe, sim Sua inimiga.

Certa vez me perguntaram o seguinte: "Fábio, qual é a sua explicação para Rm 5,12 onde Paulo diz que 'Todos pecaram'?"

É muito simples, deste que não sejamos tão superficiais com a exegese bíblica, a palavra usada para "todos" na versão original em grego, que é a linguagem utilizada por Paulo, é "paz". Tal termo, entretanto, não tem caráter exclusivista, que não admita exceção, mas tem o significado de "esmagadora maioria". Podemos ver na Bíblia outros exemplos em que a palavra "todos" é usada, mas claramente admitindo exceção:

"Pessoalmente estou convicto, irmãos, de que estais cheios de bondade e repletos de TODO conhecimento e em grau de vos poder admoestar mutuamente" (Romanos 15,14).

Neste texto, "todo" certamente não significa "sem exceção alguma". Se havia todo conhecimento, sem exceção, então os romanos teriam TODO o conhecimento de Deus!

Também já fui questionado sobre o cântico de Nossa Senhora: "A minha alma engrandece ao Senhor e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador" (Lc 1,46-47), segundo os protestantes, Maria reconhece que é pecadora, pois, somente um pecador é que precisa de salvador.

Quero deixar claro que não há duvidas quanto a isso, com certeza Jesus Cristo é o Salvador de Maria, Nossa Senhora é humana, portanto, filha de Adão e Eva como todos nós. No entanto, sua alma foi preservada da mácula do Pecado Original, isso é uma graça data pela seu Salvador. A problemática é temporal? Não conseguem entender como pode o termo salvatore meo ser aplicado no passado? Por exemplo, digamos que eu fui à praia semana passada e me afoguei no mar que estava violento, um bombeiro me salvou, posso dizer hoje que ele é meu salvador. Deus é o Salvador de Maria, pos ele a salvou da "morte". Como diz meu amigo e irmão em Cristo, Professor Carlos Ramalhete: "uma coisa é Deus salvar alguém que caiu em um buraco, outra coisa é Ele impedir que alguém caia no buraco. Nas duas proposições o Senhor é o Salvador, sendo que a segunda se aplica ao caso de Nossa Senhora."

A Bem-aventurada Virgem mãe de Deus foi santificada no seio materno, antes de nascer?

Sim, S. Tomás de Aquino refere-se de imediato ao fato de que a Igreja não celebraria a festa da Natividade da Bem-Aventurada Virgem se ela não fosse santa desde o nascimento. Portanto, se a Igreja celebra a festa de seu nascimento, significa que foi santa antes de nascer, ou seja, desde o seio materno [STh.III,q27,a.1,sed cont]. Ora, é plausível argumentar racionalmente favorável à santidade de Maria antes de nascer, se se considera o testemunho das Escrituras como, por exemplo, o do Evangelho de Lucas [1, 28], quando o anjo lhe diz: Salve, cheia de graças. Ora, se a outros foi concedido o privilégio da santificação no seio materno como, por exemplo, a Jeremias [1,5] e a João Batista [Lc 1,15], porque não àquela que gerou o Filho unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade [Jo 1,14]. Daí pode-se concluir que é razoável crer que a Bem-Aventurada Virgem Maria foi santificada no seio materno antes de nascer [STh.III,q27,a.1,c].

Foi santificada antes de ser-lhe infundida a alma?

A questão poderia também ser colocada deste modo:

Maria foi santificada antes de sua animação, isto é, antes que fosse criada e infundida sua alma racional?

Tomás de Aquino responde dizendo que Maria foi santificada só depois de sua animação, ou seja, depois da criação e da infusão de sua alma racional no corpo gerado. Por quê? Porque a santificação significa, neste contexto, a purificação do pecado original. Mas a culpa do pecado original só pode ser purificada pela graça. Ora, o sujeito da graça é exclusivamente a alma racional. Portanto, ele conclui que Maria não foi santificada antes que lhe tenha sido infundida a alma racional, senão só depois de recebê-la [STh.III,q27,a.2,c]. Além do mais, se Maria tivesse sido santificada antes de receber a alma racional, ela não teria incorrido nunca na mancha do pecado original e, como consequência, não teria tido necessidade da redenção e da salvação trazidas por Cristo, além de não convir que Cristo fosse o salvador de todos os homens, como se diz na Primeira carta a Timóteo [STh.III,q27,a2,c].

A Imaculada e o seu "sim".

Quero abordar no final deste artigo uma questão que talvez lhe passe despercebida, mas que - acredito eu - futuramente tomará forças em seus estudos em mariologia, o SIM de Maria foi automático por ela ser imaculada?

Nessa questão primeiramente devemos lembrar que Maria é criatura, logo, assim como Adão e Eva, ela possui a liberdade que Deus concede a suas criaturas. E Deus deu-lhes também como suporte a essa liberdade, as potências da alma (inteligência e vontade), com a inteligência, o ser racional (pessoa) entre dois bens, entende qual é o maior e qual é o menor. A partir daí, a vontade escolhe o bem que a inteligência lhe indicou. É mais ou menos assim que ocorre nossas escolhas. Então, como somos criaturas e, por isso mesmo, imperfeitas, nossa inteligência nem sempre percebe infalivelmente o bem conhecido.

Quando isso ocorre, nossa vontade escolhe erradamente; e isso é o pecado.

Foi assim que Adão e Eva pecaram e assim também poderia acontecer com Maria.

Vale notar que conosco é um pouco diferente porque nós temos as conseqüências do pecado original. Aí podemos errar na escolha não por simples erro da inteligência, mas por indução da concupiscência, por exemplo.

Salve Maria!

Fábio Valentim é estudante do cristianismo, cristão católico, músico contrabaixista, gosta muito de musica,  toca violão, guitarra, Baixo, Bateria e outros instrumentos de percussão...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Nota de Felecimento

Pouco mais de um mês depois do falecimento de Monsenhor Américo Simonetti, a Diocese de Mossoró informa o falecimento de Pe. Guido Tonelotto, SDB, 89,  pároco emérito da Paróquia de São José, que se deu hoje por volta das 9h30, em consequência de falência múltipla dos órgãos.. Ele estava internado desde o dia 29 de outubro último na UTI do Hospital da Unimed (Mossoró).


Pe. Guido Tonelotto, nasceu em Corcordia, província de Veneza, Italia, no dia 3 de fevereiro de 1920. Filho de José Tonelotto e da Costureira Maria Sandro, ambos naturais da Italia. De uma família de três irmãos, Guido entrou no seminário com 12 anos de idade, concluiu os estudos de filosofia e teologia no instituto Salesiano em Pádua, e, em 1948, foi ordenado padre pela Congregação Salesiana.
Chegou ao Brasil em 1955, para assumir a direção do Colégio Salesiano de Carpina - PE. Em 1958 foi enviado a região norte do país. Ali dirigiu o Colégio Salesiano de Belém e Manaus. Desempenhando seu ministério com zelo sacerdotal, pe. Guido foi convocado por seus superiores para retornar à Roma, onde dirigiu o Centro de Formação de Leigos para América Latina.
Convicto de sua paixão pelos pobres, especialmente, pelas crianças marginalizadas, volta para o Brasil em 1973. A convite de Dom Gentil, assume a paróquia de Martins em 1978. Quatro anos depois, transfere-se à paróquia de São José em Mossoró.
Sensível às crianças de rua, fez em pouco tempo, da sua casa, o aconchego das crianças abandonadas de Mossoró. Com um coração de Mãe, ele oferecia para elas, amor, comida, roupa, acompanhamento psicológico e atividade esportiva. Assim nascia o Projeto Esperança, a maior obra social voltada para os pobres daquela época. Há seis anos, Pe. Guido sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral)que o tirou de suas atividades pastorais.

O velório está acontecendo na Igreja de São José. Amanhã teremos Missa Requiem presidida pelo bispo diocesano, Dom Mariano Manzana, às 7h30, e em seguida cortejo para Cemitério São Sebastião. Pe. Guido será sepultado ao lado de Monsenhor Américo, na Capela do Cemitério.

V/. Requiem æternam dona ei Domine.
R/. Et lux perpetua luceat ei.
V/. Requiescat in pace.
R/. Amen.


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Coisas que o clero deve ouvir no Ano Sacerdotal - III

Retiro para sacerdotes.

Não poderia deixar de recomendar aos meus leitores essas excelentes palestras de autoria do Pe. Paulo Ricardo.

As pregações deste retiro foram feitas tendo em vista a finalidade do Ano Sacerdotal (2009-2010), que segundo o próprio Papa Bento XVI é a de ‘de favorecer a tensão dos sacerdotes para a perfeição espiritual da qual, sobretudo, depende a eficácia do seu ministério tensão espiritual’.

01 – Exame de Consciência


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02 – Mistério Pascal e Sacerdócio

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03 – Sacerdote e Palavra de Deus

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04 – Sacerdote e Sacrifício Eucarístico

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05 – Celibato e amor doente

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06 – Celibato e amor de amizade

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Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior pertence ao clero da Arquidiocese de Cuiabá, é reitor do Seminário Cristo Rei, de Cuiabá e assistente eclesiastico da Comunidade Família de Nazaré. Nasceu no dia 7 de novembro de 1967 e foi ordenado sacerdote no dia 14 de junho de 1992, pelo Papa João Paulo II. É bacharel em teologia e mestre em direito canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma).
Leciona nos cursos de Filosofia e Teologia, além de servir à Câmara Eclesiástica de Cuiabá, à Paróquia Nossa Senhora das Dores (Barão de Melgaço – MT) e ao Sínodo Arquidiocesano de Cuiabá. Em 2002, a Santa Sé o nomeou consultor da Congregação do Clero, em assuntos de catequese.

Única Esposa de Cristo: não pode ter Deus por Pai, quem não tem a Igreja por mãe. [A Unidade da Igreja - VI]

6 - Única Esposa de Cristo: não pode ter Deus por Pai, quem não tem a Igreja por mãe.

(1) A Esposa de Cristo não pode tornar-se adúltera, ela é incorruptível e casta [Cf Ef 5,24-31]. Conhece só uma casa, observa, com delicado pudor, a inviolabilidade de um só tálamo. É ela que nos guarda para Deus e torna partícipes do Reino os filhos que gerou.

(2) Aquele que, afastando-se da Igreja, vai juntar-se a uma adúltera, fica privado dos bens prometidos à Igreja. Quem abandona a Igreja de Cristo não chegará aos prêmios de Cristo. Torna-se estranho, torna-se profano, torna-se inimigo.

(3) Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe. Como ninguém se pôde salvar fora da arca de Noé, assim ninguém se salva fora da Igreja [nota: aqui Cipriano fala dos obstinados que, conhecendo a verdade, insistem, por ódio ou comodismo pagão, em se apartar da Igreja de Cristo].

(4) O Senhor nos alerta e diz: "Quem não está comigo está contra mim, quem comigo não recolhe, dissipa" (Mt 12,30). Quem rompe a paz e a concórdia de Cristo trabalha contra Cristo. Quem faz colheita alhures, fora da Igreja, esse dissipa a Igreja de Cristo.

(5) Diz ainda o Senhor: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10,30), e do Pai, do Filho e do Espírito Santo está escrito: "Estes três são um" (1Jo 5,7). Como poderá alguém pensar que esta unidade da Igreja, decorrente da própria firmeza da unidade divina, e tão conforme com este celeste mistério, pode ser rompida e sacrificada ao arbítrio de vontades opostas? Quem não observa esta unidade não observa a lei de Deus, não observa a fé do Pai e do Filho, não possui nem a vida, nem a salvação.

S. CYPRIANUS CARTHAGINENSIS 

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Rumo a Unidade - Santa Sé confirma a passagem do maior grupo de anglicanos à Igreja Católica.


Santa Sé confirma a passagem do maior grupo de anglicanos à Igreja Católica

VATICANO, 20 Out. 09 / 11:57 am (ACI).- Autoridades vaticanas anunciaram esta manhã a próxima publicação de uma Constituição Apostólica para responder aos “numerosos” pedidos de clérigos e fiéis anglicanos que desejam ingressar na Igreja Católica em comunhão plena.

Embora as autoridades não anteciparam cifras, sabe-se que um dos grupos que pediu dar este passo é a Comunhão Anglicana Tradicional, que conta com ao menos 400 mil pessoas, constituindo o maior grupo de anglicanos da história a ingressar na Igreja Católica.

Em uma conferência de imprensa celebrada esta manhã, o Cardeal Joseph Llevada, Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, explicou que a constituição “representa uma resposta necessária a um fenômeno mundial” e oferecerá um “modelo canônico único para a Igreja universal regulável a diversas situações locais, e em sua aplicação universal, eqüitativa para os ex-anglicanos”.

O modelo prevê a possibilidade da ordenação de clérigos casados ex-anglicanos, como sacerdotes católicos e esclarece que estes não poderiam ser ordenados bispos.

O Cardeal Llevada explicou que no documento “o Santo Padre introduziu uma estrutura canônica que provê a uma reunião corporativa através da instituição de Ordinariatos Pessoais, que permitirão aos fiéis ex-anglicanos entrar na plena comunhão com a Igreja católica, conservando ao mesmo tempo elementos do especifico patrimônio espiritual e litúrgico anglicano”.

“A atenção e a guia pastoral para estes grupos de fiéis ex-anglicanos será assegurada por um Ordinariato Pessoal, do qual o Ordinário será habitualmente nomeado pelo clero ex-anglicano", indicou o Cardeal, quem assinalou que ao menos uma vintena de bispos anglicanos solicitaram ingressar na Igreja Católica.

Do mesmo modo, explicou que a nova estrutura “está em consonância com o compromisso no diálogo ecumênico” e reiterou que "a iniciativa provém de vários grupos de anglicanos que declararam que compartilham a fé católica comum, como expressa o Catecismo da Igreja Católica, e que aceitam o ministério petrino como um elemento querido por Cristo para a Igreja. Para eles chegou o tempo de expressar esta união implícita em uma forma visível de plena comunhão".

O Cardeal Llevada sublinhou que "Bento XVI espera que o clero e os fiéis anglicanos desejosos da união com a Igreja Católica encontrem nesta estrutura canônica a oportunidade de preservar aquelas tradições anglicanas que são preciosas para eles e de acordo com a fé católica”.

“Assim que expressam em um modo distinto a fé professada usualmente, estas tradições são um dom que deverá ser compartilhado na Igreja universal. A união com a Igreja não exige a uniformidade que ignora as diversidades culturais, como demonstra a história do cristianismo. Além disso, as numerosas e diversas tradições hoje presentes na Igreja Católica estão todas enraizadas no princípio formulado por São Paulo em sua carta aos Efésios: ‘Um só Senhor, uma só fé, um só batismo’”, adicionou.

Finalmente, recordou que "nossa comunhão se reforçou por diversidades legítimas como estas, e estamos contentes de que estes homens e mulheres ofereçam suas contribuições particulares a nossa vida de fé comum".

Em uma declaração conjunta, os arcebispos de Westminster e Canterbury, respectivamente Vincent Gerard Nichols e Rowan Williams, afirmam que o anúncio da Constituição Apostólica "acaba com um período de incerteza para os grupos que nutriam esperanças de novas formas para alcançar a unidade com a Igreja Católica”.

“Agora é a vez dos que cursaram petições desse tipo à Santa Sé responderem à Constituição Apostólica", que é "conseqüência do diálogo ecumênico entre a Igreja Católica e a Comunhão Anglicana", indicaram.

Dom Augustine DiNoia, que colaborou na redação da nova estrutura, recordou que “estivemos durante 40 anos a favor da unidade. As orações encontraram respostas que não antecipamos”.

Para o Arcebispo, ocorreu um “giro tremendo” no movimento ecumênico e rechaçou as acusações de quem chama de “dissidentes” a estes anglicanos. “Eles estão assentindo ao obrar do Espírito Santo para estar em união com Pedro, com a Igreja Católica”, precisou.

Dom DiNoia explicou que ainda se trabalha nos detalhes técnicos e estes Ordinariatos Pessoais poderiam sofrer variações em sua forma final. Os detalhes completos da Constituição Apostólica serão publicados em algumas semanas.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

PT e Cristianismo: Casamento impossível


PT E CRISTIANISMO:
CASAMENTO IMPOSSÍVEL



Por Pe. Rodrigo Maria

Já faz algum tempo que o Partido dos Trabalhadores, o PT, tem mostrado com toda a clareza o que é, o que pensa, o que faz e o que pretende fazer. Quem possui a fé cristã, e conserva ainda que uma mínima capacidade de raciocínio, consegue perceber a total incompatibilidade entre cristianismo e petismo. Já dizia [o] Papa Pio XI que ninguém pode ser ao mesmo tempo católico e comunista, nem mesmo católico e socialista, pois os fundamentos da fé cristã e seus princípios se opõem diametralmente aos princípios das doutrinas comunista e socialista.
Basta abrir os olhos e ver o que o PT tem feito e defendido para se concluir que o pensamento e a prática desse partido são contrários à nossa fé.
O PT tem como metas e programa de governo, entre outras coisas:

  •   a legalização do aborto;

  • o “casamento” de homossexuais;

  • a liberalização da maconha e outras drogas;

  • a criminalização da “homofobia”. (Uma pessoa que fale contra o homossexualismo poderá ser presa)


Tudo isso, sem contar a aprovação em 2005 da Lei de Biossegurança, que foi sancionada pelo presidente Lula, que permite a destruição de embriões humanos, a pretexto de se fazer pesquisas científicas, reduzindo o ser humano a uma cobaia ou rato de laboratório. Sem contar ainda, toda a já comprovada roubalheira deste governo petista que armou o maior e mais vasto sistema de corrupção que já existiu na história do Brasil.
Por tudo isso, não é possível ser católico e petista ao mesmo tempo, como não é possível ser católico e ateu ao mesmo tempo, como não é possível ser católico e macumbeiro ao mesmo tempo… Pois ninguém pode servir a dois senhores. Um católico que queira ser coerente com sua fé não pode se filiar, votar ou apoiar este partido e quem quer que seja que por ele se candidate ou nele permaneça, pois todas essas idéias e ações não são o pensamento de um ou outro petista, mas sim o ensinamento e o programa do partido. Se alguém diz ser contrário ao aborto, ao casamento de homossexuais e [à] liberação da maconha, por uma questão de coerência e princípio deve abandonar o PT e/ou partidos similares, que levantam estas bandeiras, pois se aí permanece, prova que compartilha as mesmas metas por conivência ou é um oportunista.
O que realmente comprova que um católico é fiel a Cristo, e à Santa Igreja nos assuntos acima referidos[,] é defender a vida de maneira incondicional, e jamais fazer parte [de] ou permanecer em uma organização ou partido que sejam contrários a quaisquer princípios da fé que professamos.
Muitos políticos, militantes e simpatizantes do petismo ou de partidos comunistas, alegam a sua presença ou apoio a este partido citando o apoio direto ou indireto de alguns padres ou bispos a esse partido. A esses devemos lembrar sempre a palavra de Nosso Senhor que diz que um cego não pode guiar outro cego. Se há padres ou mesmo bispos mal orientados que[,] em contradição com os ensinamentos de Cristo e da Igreja, assumem uma atitude de apoio a partidos abortistas e gaysistas, nós em consciência não devemos neste ponto segui-los, pois[,] como dizia o Papa João Paulo II, um cristão não pode ser favorável ao aborto de nenhum modo, nem apoiá-lo pelo seu voto, ajudando a elevar ao poder um partido contrário à vida.
O petismo e o comunismo em geral são quase uma religião que em suas premissas se opõem ao cristianismo. Não se pode apoiar o projeto deste partido a pretexto das coisas boas que faz ou diz fazer, uma vez que nega às crianças por nascer o mais fundamental dos direitos, que é o direito à vida, e atenta contra a sacralidade da família, defendendo o gaysismo e “uniões alternativas”, querendo equipará-las à família criada e santificada por Deus.
Se alguém, apesar de estar consciente de tudo isso, quiser ficar ou apoiar o PT ou candidatos pertencentes a esse partido, deveria ao menos ter a [h]ombridade de rasgar o batistério e deixar a Igreja de Cristo em paz.


Fonte: Jornal "A Jesus por Maria - Carta Circular aos amigos da Arca nº 8" - Set/2009 Fraternidade Arca de Maria]

Pe. Jean Rogers Rodrigo de Sousa (Pe. Rodrigo Maria) é fundador da Fraternidade Arca de Maria, de carisma monfortino, que tem como missão propagar a Santa Escravidão de amor. Incardinado a Diocese de Anápolis-GO, tendo sido ordenado por D. Manoel Pestana então bispo de Anápolis-GO, no Jubileu do ano 2000. Atualmente reside em na Arquidiocese de Olinda e Recife numa casa da Fraternidade.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Nota de Felecimento

“Parabéns, servo bom e fiel! Vem participar da alegria do teu Senhor!” (Mt 25, 21).



Com grande pesar e, ao mesmo tempo, grande esperança de ressurreição, que este blog informa o falecimento do Monsenhor Américo Vespúcio Simonetti, 79 anos, que durante 53 anos serviu a esta Igreja Particular de Mossoró, sendo mais de 20 como vigário da Catedral.
O sacerdote faleceu às 4h30 da manhã desta Segunda-feira, 05 de Outubro, no Hospítal Wilson Rosado.
O corpo será transladado para o município de Assu, sua terra natal, onde será velado por familiares e amigos, retornando para a Catedral de Mossoró no início da tarde para a celebração das exéquias.
O Corpo será velado durante toda a tarde e noite de hoje em Mossoró até o sepultamento que será nesta Terça-feira, no cemitério São Sebastião, aqui em Mossoró.


V/. Requiem æternam dona ei Domine.
R/. Et lux perpetua luceat ei.
V/. Requiescat in pace.
R/. Amen.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Coisas que o clero deve ouvir no Ano Sacerdotal - II

SANTA CATARINA DE SENA: QUANDO O PÃO E O VINHO SÃO FALSAMENTE CONSAGRADOS, O POVO É LEVADO À IDOLATRIA



[...]

Certos sacerdotes, como demônios encarnados, simulam a consagração do pão e do vinho; não só por temer que os castigue, mas para contornar qualquer impedimento a determinado pecado. Ao se levantarem pela manhã, manchados, após uma noite de comes e bebes, são obrigados a celebrar a missa para o povo. Mas têm consciência do próprio mal, sabem que não podem dizer a missa, não por aversão ao pecado, mas por egoísmo; temem os meus castigos. Compreendes, filha? Ao invés de se arrependerem, com o propósito de emenda, solucionam o impasse com uma consagração simulada. Cegos, eles não percebem que recorrem a um pecado e erro maiores do que o primeiro. De fato, levam o povo à idolatria, fazendo-o adorar uma partícula não consagrada pela presença do corpo e sangue do meu Filho, todo-Deus e todo-Homem, como acontece quando as partículas são realmente consagradas. Fazem o povo adorar um pedaço de pão! Percebes como é enorme tal abominação e com que paciência a tolero? Se não se corrigir em, tais sacerdotes verão transformar-se em condenação, toda graça que receberam.

Num caso desses, como deveria comportar-se os fiéis para evitar a idolatria? Dizer sob condição: “Se este sacerdote pronunciou as palavras da consagração que devia pronunciar, creio que tu és o Cristo, Filho do Deus vivo e verdadeiro, oferecido a mim como alimento em uma chama de imenso amor e como recordação de tua paixão, quando derramaste teu sangue em sacrifício, num grande ato de amor, para lavar nossas maldades”. Com tal atitude, a cegueira daquele ministro não produzirá a idolatria, com a adoração de uma coisa por outra; o pecado será somente do sacerdote, que faz os fiéis praticar em um ato desnecessário. Ó filha bondosa, que é que impede à terra de os devorar? Que é que detém meu Poder de transformá-los em estátuas imóveis diante de todo o povo, para sua confusão? A minha misericórdia! Eu me contenho; por misericórdia retenho a justiça. Quer o vencê-los mediante o perdão. Infelizmente tais sacerdotes são demônios obstinados, não reconhecem minha bondade. O orgulho os cegou; acreditam que meus dons lhes são devidos, não compreendem que tudo recebem gratuitamente, sem nenhuma obrigação minha.

Ocupei-me de tudo isso para dar-te motivo de pranto e de tristeza, ao ver a cegueira destes ministros meus; foi para que veja seu estado de condenação, para que tomes consciência da minha misericórdia e nela confies, para que me ofereças esses sacerdotes, e o mundo inteiro, implorando o perdão em seu favor. Quanto mais me ofereceres anseios de amor e dor, mais provarás que me amas. Certamente tu e meus servidores não sois capazes de prestar-me utilidade (v. 2.7), mas podeis ser de utilidade para os sacerdotes. Deixar-me-ei convencer pelo fervor, lágrimas e preces dos meus servidores; terei piedade da santa Igreja, reformando-a mediante bons e santos pastores. Quando ela estiver renovada nos pastores, forçosamente se emendarão os súditos, pois os superiores maus são responsáveis por quase todos os defeitos dos súditos. Se os pastores se corrigissem, se neles brilhasse a justiça graças a uma vida santa e honesta, os subordinados agiriam do mesmo modo. Sabes como é: uma pessoa segue o exemplo da outra. São desobedientes os súditos, porque o prelado quando era súdito não obedecia ao seu superior. Agora recebe dos súditos quanto dera antes. [...]

Nota do blog Adversus Haereses que fiz questão de copiar tal qual:

No texto acima, do "Diálogo" de Santa Catarina de Sena, Nosso Senhor diz a Santa que "certos sacerdotes, como demônios encarnados, simulam a consagração do pão e do vinho" (p.276) e, por isso, "levam o povo à idolatria, fazendo-o adorar uma partícula não consagrada" (Idem). Depois explica o que fazer para evitar a idolatria, caso haja suspeita de simulação ou algo semelhante. Vale a pena ler o texto, é muito atual.

Igreja única e universal: muitos são os raios, uma a luz... [A Unidade da Igreja - V]

5 - A Igreja única e universal: muitos são os raios, uma a luz...

(1) Esta unidade devemos guardar e exigir com firmeza, especialmente nós, bispos, que na Igreja presidimos, para dar prova de que o episcopado também é um e indiviso. Ninguém engane os irmãos com mentiras, ninguém corrompa a pureza da fé com pérfidos desvios.

(2) Uma só é a ordem episcopal e cada um de nós participa dela completamente. Mas a Igreja também é uma, embora, em seu fecundo crescimento, se vá dilatando numa multidão sempre maior.

(3) Assim muitos são os raios do sol, mas uma só é a luz, muitos os ramos de uma árvore, mas um só é o tronco preso à firme raiz. E quando de uma única nascente emanam diversos riachos, embora corram separados e sejam muitos, graças ao copioso caudal que recebem, todavia permanecem unidos na fonte comum.

(4) Se pudéssemos separar o raio do corpo do sol, na luz assim dividida já não haveria unidade. Quando se quebra um ramo da árvore, o ramo quebrado já não pode vicejar. Se separamos um regato da fonte, ele secará.

(5) Igualmente a Igreja do Senhor, resplandecente de luz, lança seus raios no mundo inteiro, mas a sua luz, difundindo-se em toda a parte, continua sendo a mesma e, de modo nenhum, é abalada a unidade do corpo.

(6) Na sua exuberante fertilidade, estende os seus ramos em toda a terra, derrama as suas águas em vivas torrentes, mas uma só é a cabeça, uma a fonte, uma a mãe, tão rica nos frutos da sua fecundidade. Do parto dela nascemos, é dela o leite que nos alimenta, dela o Espírito que nos vivifica.

S. CYPRIANUS CARTHAGINENSIS

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Coisas que o clero deve ouvir no Ano Sacerdotal

† José Torras y Bages

1846-1916


"O clero não deve ter opiniões, senão doutrina, e esta impessoal, divina, é que é a substancia da vida humana, conveniente e útil a todas as escolas, a todos os partidos, a todos os sistemas que se ajustem com a verdade, para que aos que pedirem a razão, se possa contestar com aquelas palavras evangélicas: minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou."
(Biografia de J. Torras y Bages,Volume 2, Por Fortià Solà i Moreta,Fortià Solà, p.75)

terça-feira, 29 de setembro de 2009

'Tu és Pedro, e sobre esta pedra...' [A Unidade da Igreja - IV]

4 - "Tu és Pedro, e sobre esta pedra..."

(1) Quem presta atenção a estes ensinamentos não precisa de longo estudo, nem de muitas demonstrações. A prova da nossa fé é fácil e compendiosa.

(2) Assim fala o Senhor a Pedro: "Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas dos infernos não a vencerão. Dar-te-ei as chaves do Reino dos céus e tudo o que ligares na terra será ligado também nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado também nos céus" (Mt 16,18-19).

(3) Sobre um só edificou a sua Igreja. Embora, depois da sua ressurreição, tenha comunicado igual poder a todos os Apóstolos, dizendo: "Como o Pai me enviou, eu vos envio a vós. Recebei o Espírito Santo, a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados, a quem os retiverdes ser-lhe-ão retidos" (Jo 20,21-23), todavia, para tornar manifesta a unidade, dispôs com a sua autoridade que a origem da unidade procedesse de um só.

(4) É verdade que os demais Apóstolos eram o mesmo que Pedro, tendo recebido igual parte de honra e de poder, mas a primeira urdidura começa pela unidade a fim de que a Igreja de Cristo aparecesse uma só.

(5) O Espírito Santo, falando na pessoa do Senhor, designa esta Igreja única quando diz no Cântico dos Cânticos: "Uma só é a minha pomba, a minha perfeita, única filha da sua mãe e sem igual para a sua progenitora" (Cant 6,9).

(6) Aquele que não guarda esta unidade poderá pensar que ainda guarda a fé? Aquele que resiste e faz oposição à Igreja poderá confiar que ainda está na Igreja?

(7) Paulo apóstolo inculca o mesmo ensinamento e mostra o sacramento da unidade, dizendo: "Um só corpo e um só espírito, uma é a esperança da vossa vocação, um Senhor, uma fé, um Batismo, um só Deus" (Ef 4,4-5).

(8) E, depois da ressurreição, diz ao mesmo: "Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21,17). Sobre ele só constrói a Igreja e lhe manda que apascente as suas ovelhas. Embora comunique a todos os Apóstolos igual poder, todavia institui uma só cátedra, determinando assim a origem da unidade.

(9) É verdade que os demais [Apóstolos] eram o mesmo que Pedro, mas o primado é conferido a Pedro para que fosse evidente que há uma só Igreja e uma só cátedra. Todos são pastores, mas é anunciado um só rebanho, que deve ser apascentado por todos os Apóstolos em unânime harmonia.

(10) Aquele que não guarda esta unidade, proclamada também por Paulo, poderá pensar que ainda guarda a fé? Aquele que abandona a cátedra de Pedro, sobre o qual foi fundada a Igreja, poderá confiar que ainda está na Igreja?

S. CYPRIANUS CARTHAGINENSIS

Diga não a PJ, e logo dirá não a TL .


Por Júnior Pereira, Apostolado Shemá

Eu vos apresento alguns dados do “Marco referencial” da Pastoral da Juventude:

“- Marco Situacional : traz a realidade juvenil e sócio - cultural de nosso país.

- Marco Doutrinal: revela, de maneira leve e sintética, a presença de Deus na História, um Deus que ama os pobres e os jovens , é trindade e tem na Igreja o sinal concreto deste amor, em Maria o modelo e na PJB a maneira mais concreta e nova de falar aos jovens.

- O Marco Celebrativo: confirma a Palavra de Deus, a Celebração, a vivência do amor e o Ecumenismo como elementos básicos da mística e espiritualidade da PJB [...]”.

Gostaria de destacar a parte que trata dos demais movimentos eclesiais no Brasil:

“Movimentos Internacionais - organizam e formam seus próprios quadros, dirigentes e sacerdotes. Independentes das Igrejas locais. Dirigem-se principalmente aos jovens de classe média. Alguns exemplos: o Movimento Geração Nova (GEN), ligado aos focolares; Movimento da Juventude de Schoenstatt, Comunhão e Libertação, Renovação Carismática Católica, Juventude Franciscana (JUFRA) e outros”.

1) No início o texto diz que a Igreja no Brasil vê Deus como um Deus que ama o pobre e o jovem marginalizado. Posteriormente vemos o mesmo texto dizer que os demais movimentos são destinados à jovens de classe média. Então, existe uma divisão econômica, ou social dentro da Igreja? Não se pode ser de classe média e ser membro da PJ? Não se pode ser de classe baixa, e ser membro da RCC? Os movimentos internacionais são insensíveis ao terceiro mundo? Não sei de onde vieram tais referências sobre os demais movimentos, mas sei que não podemos “taxar” um movimento como “dos ricos” ou como dos “pobres”.

Passando adiante, temos esta interrogação:

O que fazer para tornar a Igreja nas Américas uma imagem transparente do Cristo?

“R: Aceitar o diálogo e a discussão. A Igreja vive hoje numa sociedade pluralista, que exige dela uma atitude diferente daquela que por muito tempo assumiu em situações de “cristandade”. Os católicos devem aceitar a discussão pública, crítica e fundamentada, das propostas católicas. Os católicos devem ser melhor preparados à vida democrática na sociedade atual, e portanto à discussão das diversas propostas políticas e culturais, à busca do entendimento e do consenso.”

Muito bem, só faltou dizer que os Santos foram pessoas intolerantes e que a Inquisição matou as “bruxas” e todos aqueles que não eram Católicos na fogueira.

O texto ainda coloca a Igreja numa realidade latino-americana, de modo com que os aspectos de fé são diferentes das demais regiões do planeta. A realidade sócio-cultural e econômica da AM é particular, mas a Fé Católica é universal. O texto ainda coloca de modo “sutil” que as propostas Católicas são retrógradas, e que devem se “abrir” a uma discussão para que triunfe a “democracia” da sociedade atual. E é assim que vemos a juventude caindo cada vez mais no secularismo e na imoralidade.

Mas... as coisas ainda podem piorar:

Qual a IDENTIDADE da PJ?

1 - Somos jovens das diversas realidades regionais do país, na maioria empobrecidos e a exemplo de Jesus Cristo fazemos a opção pelos pobres e jovens. Nos encontramos em grupos para partilhar e celebrar a vida, as lutas, sofrimentos e cultivar a amizade a partir de uma formação integral e mística própria.

Esse documento fala de uma pastoral Católica ou de Comunistas?

Você, assim como eu, deve estar se perguntando: “Qual o objetivo da PJ? Para que ela serve?”

Eis que eles respondem: Nossa Missão é evangelizar:

“E o que significa evangelizar? Muitos dirão: é levar o evangelho, pois significa a “Boa Notícia”. E Jesus Cristo nos diz para levar a boa notícia. O que não significa tanto falar de Jesus, mas fazer o que Ele fez.

Só evangeliza quem conhece, aceita e segue a Cristo e seu projeto Pôr isto evangelizar é TESTEMUNHAR o amor, o perdão, a humildade, a alegria da doação e da partilha. É ser SOLIDÁRIO e COMPROMETER-SE com os pobres e oprimidos. É ANUNCIAR Jesus Cristo com suas ações e sua Boa Nova.

Não sei se dá pra contar quantas vezes deve aparecer no texto, a expressão: “comprometer-se com os pobres e oprimidos”. E o ‘“se comprometer” com a Fé da Igreja, com a catequese, com os sacramentos, com a própria DSI, não se vê.

Essa é a triste realidade da Pastoral da juventude do nosso Brasil, cada vez mais próxima de uma entidade político-social secularizada, e cada vez mais longe do próprio Cristo.

Fonte: http://pj.org.br/2/src/site/subsidio.php