sexta-feira, 23 de abril de 2010

Catequese de Santo Irineu em tempos de perseguição: refrigério para a Igreja.


Em algum momento haveria de me expressar como colaborador desse blog tão produtivo, para a Santa Igreja. Como infiel servo de Deus, para começar minhas postagens com chave de ouro, trago as palavras de um grande homem que nos enriquecerá o amor eucarístico, diante de tanta perseguição que a Igreja sofre, somente o alimento da alma para nos manter firmes diante da grande tribulação, o texto é de Santo Irineu, proposto pela Liturgia das Horas de hoje no Oficio das Leituras.
Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo

(Lib. 5,2,2-3:SCh153,30-38)     (Séc.I)

A Eucaristia, penhor da ressurreição
 
Se não há salvação para a carne, também o Senhor não nos redimiu com o seu sangue. Sendo assim, nem o cálice da eucaristia é a comunhão do seu sangue nem o pão que partimos é a comunhão do seu corpo. O sangue, efetivamente, procede das veias, da carne, e do que pertence à substância humana. Essa substância, o Verbo de Deus assumiu-a em toda a sua realidade e por ela nos resgatou com o seu sangue, como afirma o Apóstolo: Pelo seu sangue, nós fomos libertados. Nele, as nossas faltas são perdoadas (Ef 1,7).
Nós somos seus membros e nos alimentamos das coisas criadas que ele próprio nos dá, fazendo nascer o sol e cair a chuva segundo sua vontade. Por isso, o Senhor declara que o cálice, fruto da criação, é o seu sangue, que fortalece o nosso sangue; e o pão, fruto também da criação, é o seu corpo, que fortalece o nosso corpo.
Portanto, quando o cálice de vinho misturado com água e o pão natural recebem a palavra de Deus, transformam-se na eucaristia do sangue e do corpo de Cristo. São eles que alimentam e revigoram a substância de nossa carne. Como é possível negar que a carne é capaz de receber o dom de Deus, que é a vida eterna, essa carne que se alimenta com o sangue e o corpo de Cristo e se torna membro do seu corpo?
O santo Apóstolo diz na Carta aos Efésios: Nós somos membros do seu corpo (Ef 5,30), da sua carne e de seus ossos (cf. Gn 2,23); não é de um homem espiritual e invisível que ele fala – o espírito não tem carne nem ossos (cf. Lc 24,39) – mas sim do organismo verdadeiramente humano, que consta de carne, nervos e ossos, que se nutre com o cálice do seu sangue e se robustece com o pão que é seu corpo.
O ramo da videira plantado na terra, frutifica no devido tempo, e o grão de trigo, caído na terra e dissolvido, multiplica-se pelo Espírito de Deus que sustenta todas as coisas. Em seguida, pela arte da fabricação, são transformados para uso do homem. Recebendo a palavra de Deus, tornam-se a eucaristia, isto é,o corpo e o sangue de Cristo. Assim também os nossos corpos, alimentados pela eucaristia, depositados na terra e nela desintegrados, ressuscitarão a seu tempo, quando o Verbo de Deus lhes conceder a ressurreição para a glória do Pai. É ele que reveste com sua imortalidade o corpo mortal e dá gratuitamente a incorruptibilidade à carne corruptível. Porque é na fraqueza que se manifesta o poder de Deus.

Para citar este artigo:

SOUSA, Antônio Samuel Érico de. Catequese de Santo Irineu em tempos de perseguição: refrigério para a Igreja. In: <http://perecclesiaeunitate.blogspot.com/> 23.04.2010

Samuel Érico tem 20 anos, é acadêmico do Curso de Graduação em Administração pela Universidade Potiguar, a 6 anos teve uma experiência com Deus através da Renovação Carismática Católica, atualmente é membro da Comunidade Mariana Totus Tuus que tem como missão propagar no mundo verdadeira devoção a Santíssima Virgem, exerce os ministérios de Pregação e Formação, junto com alguns amigos se dedica ao estudo informal da Doutrina da Igreja, em especial no que diz respeito a Sagrada Liturgia e é co-editor deste blog.

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