Essa não é primeira vez que abordo esse tema nas minhas postagens, não me cansarei de falar, uma vez que todo ano a mesma realidade se repete, o sentido verdadeiro da Quaresma é deturpado e desvirtuado por uma campanha que pode até fazer um certo bem para a sociedade, mas que pouco tem feito nas almas dos fiéis que precisam encontrar na Quaresma um tempo favorável de conversão, oração, jejum e penitência. Este tem é acima de tudo um tempo para se falar e pensar em realidades do Céu e não em temas secularizados e que, em muitos casos, camuflam certas intenções comunistas.
Aqui na blogsfera, eu não sou o primeiro nem serei o último a me manifestar a respeito da CF, já li bons artigos e vi bons vídeos que fazem uma leitura crítica que eu chegam a conclusões terríveis a respeito de tal campanha. Destaco os seguintes:
· Campanha da Fraternidade converte?
· O Materialismo da Campanha da Fraternidade.
· Artigo do Puggina: Erros da Campanha da Fraternidade.
Os apelos e exortações quaresmais já começam na Quarta-Feira de Cinzas, onde somos convidados a rasgar nossos corações e não nos vestes, a nos converter, a crermos no Evangelho, a lembrarmos de que somos pó e para pó nós voltaremos. Esses apelos são, em muitos casos, deixados em segundo plano, uma vez que o tema subjetivo, fraco e nada espiritual da CF passa a ocupar um lugar de destaque na celebração, isso repete em todas as outras celebrações dominicais até a Missa do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, onde sempre tem alguém para te lembrar: “Hoje é o dia da Coleta Nacional. Trouxe o dinheiro?” Que tristeza ver o dinheiro ocupando um lugar tão importante na cabeça das pessoas no dia que somos convidados a celebrar a entrada triunfal de Nosso Senhor em Jerusalém e sua Paixão e Morte de Cruz. Também não são rara as vezes que ouvimos o Hino da CF ser executado em pleno o Tríduo Pascal, mesmo depois de encerrada a campanha continua fazendo um efeito negativo na Igreja.
Diretório da Liturgia de 2007, na página 63 diz: “A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil promove, todos os anos, durante a Quaresma e Semana Santa, a Campanha da Fraternidade, cuja finalidade principal é promover a evangelização entre os fiéis” e o Senhor nos diz em Mt 7,17.20: “Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. Pelos seus frutos os conhecereis.” A partir disso nos vem à pergunta: Que frutos essa campanha tem dado para evangelização dos fiéis?
Sonho com o dia em que os padres vão obedecer ao Papa e respeitar a Liturgia, os bispos vão cumprir de fato com sua missão profética, que os leigos vão tomar consciência de sua missão e cooperar com os pastores, o dia em que utopia comunista - repudio a ideia de chamar isso de teologia - vai perder força dentro da e Igreja e que “Campanha da Fraternidade” vai se chamar Campanha da Conversão.
Para citar este artigo:
SILVA, Igor Ramon. E se a Campanha da Fraternidade se chamasse Campanha da Conversão? In: <http://perecclesiaeunitate.blogspot.com/> 27.03.2010
Igor Ramon tem 19 anos, é acadêmico do Curso de Graduação em Administração pela Faculdade Mater Christi, faz parte Renovação Carismática Católica da Diocese de Mossoró a 4 anos, onde exerce Ministério de Pregação e Formação, é coordenador diocesano do Ministério de Liturgia desse movimento, junto com alguns amigos se dedica ao estudo, ainda que informal, da Doutrina da Igreja, em especial no que diz respeito a Sagrada Liturgia, também se dedica a edição e publicação de artigos em blogs.