sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Coisas que o clero deve ouvir no Ano Sacerdotal - II

SANTA CATARINA DE SENA: QUANDO O PÃO E O VINHO SÃO FALSAMENTE CONSAGRADOS, O POVO É LEVADO À IDOLATRIA



[...]

Certos sacerdotes, como demônios encarnados, simulam a consagração do pão e do vinho; não só por temer que os castigue, mas para contornar qualquer impedimento a determinado pecado. Ao se levantarem pela manhã, manchados, após uma noite de comes e bebes, são obrigados a celebrar a missa para o povo. Mas têm consciência do próprio mal, sabem que não podem dizer a missa, não por aversão ao pecado, mas por egoísmo; temem os meus castigos. Compreendes, filha? Ao invés de se arrependerem, com o propósito de emenda, solucionam o impasse com uma consagração simulada. Cegos, eles não percebem que recorrem a um pecado e erro maiores do que o primeiro. De fato, levam o povo à idolatria, fazendo-o adorar uma partícula não consagrada pela presença do corpo e sangue do meu Filho, todo-Deus e todo-Homem, como acontece quando as partículas são realmente consagradas. Fazem o povo adorar um pedaço de pão! Percebes como é enorme tal abominação e com que paciência a tolero? Se não se corrigir em, tais sacerdotes verão transformar-se em condenação, toda graça que receberam.

Num caso desses, como deveria comportar-se os fiéis para evitar a idolatria? Dizer sob condição: “Se este sacerdote pronunciou as palavras da consagração que devia pronunciar, creio que tu és o Cristo, Filho do Deus vivo e verdadeiro, oferecido a mim como alimento em uma chama de imenso amor e como recordação de tua paixão, quando derramaste teu sangue em sacrifício, num grande ato de amor, para lavar nossas maldades”. Com tal atitude, a cegueira daquele ministro não produzirá a idolatria, com a adoração de uma coisa por outra; o pecado será somente do sacerdote, que faz os fiéis praticar em um ato desnecessário. Ó filha bondosa, que é que impede à terra de os devorar? Que é que detém meu Poder de transformá-los em estátuas imóveis diante de todo o povo, para sua confusão? A minha misericórdia! Eu me contenho; por misericórdia retenho a justiça. Quer o vencê-los mediante o perdão. Infelizmente tais sacerdotes são demônios obstinados, não reconhecem minha bondade. O orgulho os cegou; acreditam que meus dons lhes são devidos, não compreendem que tudo recebem gratuitamente, sem nenhuma obrigação minha.

Ocupei-me de tudo isso para dar-te motivo de pranto e de tristeza, ao ver a cegueira destes ministros meus; foi para que veja seu estado de condenação, para que tomes consciência da minha misericórdia e nela confies, para que me ofereças esses sacerdotes, e o mundo inteiro, implorando o perdão em seu favor. Quanto mais me ofereceres anseios de amor e dor, mais provarás que me amas. Certamente tu e meus servidores não sois capazes de prestar-me utilidade (v. 2.7), mas podeis ser de utilidade para os sacerdotes. Deixar-me-ei convencer pelo fervor, lágrimas e preces dos meus servidores; terei piedade da santa Igreja, reformando-a mediante bons e santos pastores. Quando ela estiver renovada nos pastores, forçosamente se emendarão os súditos, pois os superiores maus são responsáveis por quase todos os defeitos dos súditos. Se os pastores se corrigissem, se neles brilhasse a justiça graças a uma vida santa e honesta, os subordinados agiriam do mesmo modo. Sabes como é: uma pessoa segue o exemplo da outra. São desobedientes os súditos, porque o prelado quando era súdito não obedecia ao seu superior. Agora recebe dos súditos quanto dera antes. [...]

Nota do blog Adversus Haereses que fiz questão de copiar tal qual:

No texto acima, do "Diálogo" de Santa Catarina de Sena, Nosso Senhor diz a Santa que "certos sacerdotes, como demônios encarnados, simulam a consagração do pão e do vinho" (p.276) e, por isso, "levam o povo à idolatria, fazendo-o adorar uma partícula não consagrada" (Idem). Depois explica o que fazer para evitar a idolatria, caso haja suspeita de simulação ou algo semelhante. Vale a pena ler o texto, é muito atual.

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