sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Coisas que o clero deve ouvir no Ano Sacerdotal - III

Retiro para sacerdotes.

Não poderia deixar de recomendar aos meus leitores essas excelentes palestras de autoria do Pe. Paulo Ricardo.

As pregações deste retiro foram feitas tendo em vista a finalidade do Ano Sacerdotal (2009-2010), que segundo o próprio Papa Bento XVI é a de ‘de favorecer a tensão dos sacerdotes para a perfeição espiritual da qual, sobretudo, depende a eficácia do seu ministério tensão espiritual’.

01 – Exame de Consciência


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02 – Mistério Pascal e Sacerdócio

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03 – Sacerdote e Palavra de Deus

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04 – Sacerdote e Sacrifício Eucarístico

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05 – Celibato e amor doente

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06 – Celibato e amor de amizade

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Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior pertence ao clero da Arquidiocese de Cuiabá, é reitor do Seminário Cristo Rei, de Cuiabá e assistente eclesiastico da Comunidade Família de Nazaré. Nasceu no dia 7 de novembro de 1967 e foi ordenado sacerdote no dia 14 de junho de 1992, pelo Papa João Paulo II. É bacharel em teologia e mestre em direito canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma).
Leciona nos cursos de Filosofia e Teologia, além de servir à Câmara Eclesiástica de Cuiabá, à Paróquia Nossa Senhora das Dores (Barão de Melgaço – MT) e ao Sínodo Arquidiocesano de Cuiabá. Em 2002, a Santa Sé o nomeou consultor da Congregação do Clero, em assuntos de catequese.

Única Esposa de Cristo: não pode ter Deus por Pai, quem não tem a Igreja por mãe. [A Unidade da Igreja - VI]

6 - Única Esposa de Cristo: não pode ter Deus por Pai, quem não tem a Igreja por mãe.

(1) A Esposa de Cristo não pode tornar-se adúltera, ela é incorruptível e casta [Cf Ef 5,24-31]. Conhece só uma casa, observa, com delicado pudor, a inviolabilidade de um só tálamo. É ela que nos guarda para Deus e torna partícipes do Reino os filhos que gerou.

(2) Aquele que, afastando-se da Igreja, vai juntar-se a uma adúltera, fica privado dos bens prometidos à Igreja. Quem abandona a Igreja de Cristo não chegará aos prêmios de Cristo. Torna-se estranho, torna-se profano, torna-se inimigo.

(3) Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe. Como ninguém se pôde salvar fora da arca de Noé, assim ninguém se salva fora da Igreja [nota: aqui Cipriano fala dos obstinados que, conhecendo a verdade, insistem, por ódio ou comodismo pagão, em se apartar da Igreja de Cristo].

(4) O Senhor nos alerta e diz: "Quem não está comigo está contra mim, quem comigo não recolhe, dissipa" (Mt 12,30). Quem rompe a paz e a concórdia de Cristo trabalha contra Cristo. Quem faz colheita alhures, fora da Igreja, esse dissipa a Igreja de Cristo.

(5) Diz ainda o Senhor: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10,30), e do Pai, do Filho e do Espírito Santo está escrito: "Estes três são um" (1Jo 5,7). Como poderá alguém pensar que esta unidade da Igreja, decorrente da própria firmeza da unidade divina, e tão conforme com este celeste mistério, pode ser rompida e sacrificada ao arbítrio de vontades opostas? Quem não observa esta unidade não observa a lei de Deus, não observa a fé do Pai e do Filho, não possui nem a vida, nem a salvação.

S. CYPRIANUS CARTHAGINENSIS 

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Rumo a Unidade - Santa Sé confirma a passagem do maior grupo de anglicanos à Igreja Católica.


Santa Sé confirma a passagem do maior grupo de anglicanos à Igreja Católica

VATICANO, 20 Out. 09 / 11:57 am (ACI).- Autoridades vaticanas anunciaram esta manhã a próxima publicação de uma Constituição Apostólica para responder aos “numerosos” pedidos de clérigos e fiéis anglicanos que desejam ingressar na Igreja Católica em comunhão plena.

Embora as autoridades não anteciparam cifras, sabe-se que um dos grupos que pediu dar este passo é a Comunhão Anglicana Tradicional, que conta com ao menos 400 mil pessoas, constituindo o maior grupo de anglicanos da história a ingressar na Igreja Católica.

Em uma conferência de imprensa celebrada esta manhã, o Cardeal Joseph Llevada, Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, explicou que a constituição “representa uma resposta necessária a um fenômeno mundial” e oferecerá um “modelo canônico único para a Igreja universal regulável a diversas situações locais, e em sua aplicação universal, eqüitativa para os ex-anglicanos”.

O modelo prevê a possibilidade da ordenação de clérigos casados ex-anglicanos, como sacerdotes católicos e esclarece que estes não poderiam ser ordenados bispos.

O Cardeal Llevada explicou que no documento “o Santo Padre introduziu uma estrutura canônica que provê a uma reunião corporativa através da instituição de Ordinariatos Pessoais, que permitirão aos fiéis ex-anglicanos entrar na plena comunhão com a Igreja católica, conservando ao mesmo tempo elementos do especifico patrimônio espiritual e litúrgico anglicano”.

“A atenção e a guia pastoral para estes grupos de fiéis ex-anglicanos será assegurada por um Ordinariato Pessoal, do qual o Ordinário será habitualmente nomeado pelo clero ex-anglicano", indicou o Cardeal, quem assinalou que ao menos uma vintena de bispos anglicanos solicitaram ingressar na Igreja Católica.

Do mesmo modo, explicou que a nova estrutura “está em consonância com o compromisso no diálogo ecumênico” e reiterou que "a iniciativa provém de vários grupos de anglicanos que declararam que compartilham a fé católica comum, como expressa o Catecismo da Igreja Católica, e que aceitam o ministério petrino como um elemento querido por Cristo para a Igreja. Para eles chegou o tempo de expressar esta união implícita em uma forma visível de plena comunhão".

O Cardeal Llevada sublinhou que "Bento XVI espera que o clero e os fiéis anglicanos desejosos da união com a Igreja Católica encontrem nesta estrutura canônica a oportunidade de preservar aquelas tradições anglicanas que são preciosas para eles e de acordo com a fé católica”.

“Assim que expressam em um modo distinto a fé professada usualmente, estas tradições são um dom que deverá ser compartilhado na Igreja universal. A união com a Igreja não exige a uniformidade que ignora as diversidades culturais, como demonstra a história do cristianismo. Além disso, as numerosas e diversas tradições hoje presentes na Igreja Católica estão todas enraizadas no princípio formulado por São Paulo em sua carta aos Efésios: ‘Um só Senhor, uma só fé, um só batismo’”, adicionou.

Finalmente, recordou que "nossa comunhão se reforçou por diversidades legítimas como estas, e estamos contentes de que estes homens e mulheres ofereçam suas contribuições particulares a nossa vida de fé comum".

Em uma declaração conjunta, os arcebispos de Westminster e Canterbury, respectivamente Vincent Gerard Nichols e Rowan Williams, afirmam que o anúncio da Constituição Apostólica "acaba com um período de incerteza para os grupos que nutriam esperanças de novas formas para alcançar a unidade com a Igreja Católica”.

“Agora é a vez dos que cursaram petições desse tipo à Santa Sé responderem à Constituição Apostólica", que é "conseqüência do diálogo ecumênico entre a Igreja Católica e a Comunhão Anglicana", indicaram.

Dom Augustine DiNoia, que colaborou na redação da nova estrutura, recordou que “estivemos durante 40 anos a favor da unidade. As orações encontraram respostas que não antecipamos”.

Para o Arcebispo, ocorreu um “giro tremendo” no movimento ecumênico e rechaçou as acusações de quem chama de “dissidentes” a estes anglicanos. “Eles estão assentindo ao obrar do Espírito Santo para estar em união com Pedro, com a Igreja Católica”, precisou.

Dom DiNoia explicou que ainda se trabalha nos detalhes técnicos e estes Ordinariatos Pessoais poderiam sofrer variações em sua forma final. Os detalhes completos da Constituição Apostólica serão publicados em algumas semanas.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

PT e Cristianismo: Casamento impossível


PT E CRISTIANISMO:
CASAMENTO IMPOSSÍVEL



Por Pe. Rodrigo Maria

Já faz algum tempo que o Partido dos Trabalhadores, o PT, tem mostrado com toda a clareza o que é, o que pensa, o que faz e o que pretende fazer. Quem possui a fé cristã, e conserva ainda que uma mínima capacidade de raciocínio, consegue perceber a total incompatibilidade entre cristianismo e petismo. Já dizia [o] Papa Pio XI que ninguém pode ser ao mesmo tempo católico e comunista, nem mesmo católico e socialista, pois os fundamentos da fé cristã e seus princípios se opõem diametralmente aos princípios das doutrinas comunista e socialista.
Basta abrir os olhos e ver o que o PT tem feito e defendido para se concluir que o pensamento e a prática desse partido são contrários à nossa fé.
O PT tem como metas e programa de governo, entre outras coisas:

  •   a legalização do aborto;

  • o “casamento” de homossexuais;

  • a liberalização da maconha e outras drogas;

  • a criminalização da “homofobia”. (Uma pessoa que fale contra o homossexualismo poderá ser presa)


Tudo isso, sem contar a aprovação em 2005 da Lei de Biossegurança, que foi sancionada pelo presidente Lula, que permite a destruição de embriões humanos, a pretexto de se fazer pesquisas científicas, reduzindo o ser humano a uma cobaia ou rato de laboratório. Sem contar ainda, toda a já comprovada roubalheira deste governo petista que armou o maior e mais vasto sistema de corrupção que já existiu na história do Brasil.
Por tudo isso, não é possível ser católico e petista ao mesmo tempo, como não é possível ser católico e ateu ao mesmo tempo, como não é possível ser católico e macumbeiro ao mesmo tempo… Pois ninguém pode servir a dois senhores. Um católico que queira ser coerente com sua fé não pode se filiar, votar ou apoiar este partido e quem quer que seja que por ele se candidate ou nele permaneça, pois todas essas idéias e ações não são o pensamento de um ou outro petista, mas sim o ensinamento e o programa do partido. Se alguém diz ser contrário ao aborto, ao casamento de homossexuais e [à] liberação da maconha, por uma questão de coerência e princípio deve abandonar o PT e/ou partidos similares, que levantam estas bandeiras, pois se aí permanece, prova que compartilha as mesmas metas por conivência ou é um oportunista.
O que realmente comprova que um católico é fiel a Cristo, e à Santa Igreja nos assuntos acima referidos[,] é defender a vida de maneira incondicional, e jamais fazer parte [de] ou permanecer em uma organização ou partido que sejam contrários a quaisquer princípios da fé que professamos.
Muitos políticos, militantes e simpatizantes do petismo ou de partidos comunistas, alegam a sua presença ou apoio a este partido citando o apoio direto ou indireto de alguns padres ou bispos a esse partido. A esses devemos lembrar sempre a palavra de Nosso Senhor que diz que um cego não pode guiar outro cego. Se há padres ou mesmo bispos mal orientados que[,] em contradição com os ensinamentos de Cristo e da Igreja, assumem uma atitude de apoio a partidos abortistas e gaysistas, nós em consciência não devemos neste ponto segui-los, pois[,] como dizia o Papa João Paulo II, um cristão não pode ser favorável ao aborto de nenhum modo, nem apoiá-lo pelo seu voto, ajudando a elevar ao poder um partido contrário à vida.
O petismo e o comunismo em geral são quase uma religião que em suas premissas se opõem ao cristianismo. Não se pode apoiar o projeto deste partido a pretexto das coisas boas que faz ou diz fazer, uma vez que nega às crianças por nascer o mais fundamental dos direitos, que é o direito à vida, e atenta contra a sacralidade da família, defendendo o gaysismo e “uniões alternativas”, querendo equipará-las à família criada e santificada por Deus.
Se alguém, apesar de estar consciente de tudo isso, quiser ficar ou apoiar o PT ou candidatos pertencentes a esse partido, deveria ao menos ter a [h]ombridade de rasgar o batistério e deixar a Igreja de Cristo em paz.


Fonte: Jornal "A Jesus por Maria - Carta Circular aos amigos da Arca nº 8" - Set/2009 Fraternidade Arca de Maria]

Pe. Jean Rogers Rodrigo de Sousa (Pe. Rodrigo Maria) é fundador da Fraternidade Arca de Maria, de carisma monfortino, que tem como missão propagar a Santa Escravidão de amor. Incardinado a Diocese de Anápolis-GO, tendo sido ordenado por D. Manoel Pestana então bispo de Anápolis-GO, no Jubileu do ano 2000. Atualmente reside em na Arquidiocese de Olinda e Recife numa casa da Fraternidade.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Nota de Felecimento

“Parabéns, servo bom e fiel! Vem participar da alegria do teu Senhor!” (Mt 25, 21).



Com grande pesar e, ao mesmo tempo, grande esperança de ressurreição, que este blog informa o falecimento do Monsenhor Américo Vespúcio Simonetti, 79 anos, que durante 53 anos serviu a esta Igreja Particular de Mossoró, sendo mais de 20 como vigário da Catedral.
O sacerdote faleceu às 4h30 da manhã desta Segunda-feira, 05 de Outubro, no Hospítal Wilson Rosado.
O corpo será transladado para o município de Assu, sua terra natal, onde será velado por familiares e amigos, retornando para a Catedral de Mossoró no início da tarde para a celebração das exéquias.
O Corpo será velado durante toda a tarde e noite de hoje em Mossoró até o sepultamento que será nesta Terça-feira, no cemitério São Sebastião, aqui em Mossoró.


V/. Requiem æternam dona ei Domine.
R/. Et lux perpetua luceat ei.
V/. Requiescat in pace.
R/. Amen.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Coisas que o clero deve ouvir no Ano Sacerdotal - II

SANTA CATARINA DE SENA: QUANDO O PÃO E O VINHO SÃO FALSAMENTE CONSAGRADOS, O POVO É LEVADO À IDOLATRIA



[...]

Certos sacerdotes, como demônios encarnados, simulam a consagração do pão e do vinho; não só por temer que os castigue, mas para contornar qualquer impedimento a determinado pecado. Ao se levantarem pela manhã, manchados, após uma noite de comes e bebes, são obrigados a celebrar a missa para o povo. Mas têm consciência do próprio mal, sabem que não podem dizer a missa, não por aversão ao pecado, mas por egoísmo; temem os meus castigos. Compreendes, filha? Ao invés de se arrependerem, com o propósito de emenda, solucionam o impasse com uma consagração simulada. Cegos, eles não percebem que recorrem a um pecado e erro maiores do que o primeiro. De fato, levam o povo à idolatria, fazendo-o adorar uma partícula não consagrada pela presença do corpo e sangue do meu Filho, todo-Deus e todo-Homem, como acontece quando as partículas são realmente consagradas. Fazem o povo adorar um pedaço de pão! Percebes como é enorme tal abominação e com que paciência a tolero? Se não se corrigir em, tais sacerdotes verão transformar-se em condenação, toda graça que receberam.

Num caso desses, como deveria comportar-se os fiéis para evitar a idolatria? Dizer sob condição: “Se este sacerdote pronunciou as palavras da consagração que devia pronunciar, creio que tu és o Cristo, Filho do Deus vivo e verdadeiro, oferecido a mim como alimento em uma chama de imenso amor e como recordação de tua paixão, quando derramaste teu sangue em sacrifício, num grande ato de amor, para lavar nossas maldades”. Com tal atitude, a cegueira daquele ministro não produzirá a idolatria, com a adoração de uma coisa por outra; o pecado será somente do sacerdote, que faz os fiéis praticar em um ato desnecessário. Ó filha bondosa, que é que impede à terra de os devorar? Que é que detém meu Poder de transformá-los em estátuas imóveis diante de todo o povo, para sua confusão? A minha misericórdia! Eu me contenho; por misericórdia retenho a justiça. Quer o vencê-los mediante o perdão. Infelizmente tais sacerdotes são demônios obstinados, não reconhecem minha bondade. O orgulho os cegou; acreditam que meus dons lhes são devidos, não compreendem que tudo recebem gratuitamente, sem nenhuma obrigação minha.

Ocupei-me de tudo isso para dar-te motivo de pranto e de tristeza, ao ver a cegueira destes ministros meus; foi para que veja seu estado de condenação, para que tomes consciência da minha misericórdia e nela confies, para que me ofereças esses sacerdotes, e o mundo inteiro, implorando o perdão em seu favor. Quanto mais me ofereceres anseios de amor e dor, mais provarás que me amas. Certamente tu e meus servidores não sois capazes de prestar-me utilidade (v. 2.7), mas podeis ser de utilidade para os sacerdotes. Deixar-me-ei convencer pelo fervor, lágrimas e preces dos meus servidores; terei piedade da santa Igreja, reformando-a mediante bons e santos pastores. Quando ela estiver renovada nos pastores, forçosamente se emendarão os súditos, pois os superiores maus são responsáveis por quase todos os defeitos dos súditos. Se os pastores se corrigissem, se neles brilhasse a justiça graças a uma vida santa e honesta, os subordinados agiriam do mesmo modo. Sabes como é: uma pessoa segue o exemplo da outra. São desobedientes os súditos, porque o prelado quando era súdito não obedecia ao seu superior. Agora recebe dos súditos quanto dera antes. [...]

Nota do blog Adversus Haereses que fiz questão de copiar tal qual:

No texto acima, do "Diálogo" de Santa Catarina de Sena, Nosso Senhor diz a Santa que "certos sacerdotes, como demônios encarnados, simulam a consagração do pão e do vinho" (p.276) e, por isso, "levam o povo à idolatria, fazendo-o adorar uma partícula não consagrada" (Idem). Depois explica o que fazer para evitar a idolatria, caso haja suspeita de simulação ou algo semelhante. Vale a pena ler o texto, é muito atual.

Igreja única e universal: muitos são os raios, uma a luz... [A Unidade da Igreja - V]

5 - A Igreja única e universal: muitos são os raios, uma a luz...

(1) Esta unidade devemos guardar e exigir com firmeza, especialmente nós, bispos, que na Igreja presidimos, para dar prova de que o episcopado também é um e indiviso. Ninguém engane os irmãos com mentiras, ninguém corrompa a pureza da fé com pérfidos desvios.

(2) Uma só é a ordem episcopal e cada um de nós participa dela completamente. Mas a Igreja também é uma, embora, em seu fecundo crescimento, se vá dilatando numa multidão sempre maior.

(3) Assim muitos são os raios do sol, mas uma só é a luz, muitos os ramos de uma árvore, mas um só é o tronco preso à firme raiz. E quando de uma única nascente emanam diversos riachos, embora corram separados e sejam muitos, graças ao copioso caudal que recebem, todavia permanecem unidos na fonte comum.

(4) Se pudéssemos separar o raio do corpo do sol, na luz assim dividida já não haveria unidade. Quando se quebra um ramo da árvore, o ramo quebrado já não pode vicejar. Se separamos um regato da fonte, ele secará.

(5) Igualmente a Igreja do Senhor, resplandecente de luz, lança seus raios no mundo inteiro, mas a sua luz, difundindo-se em toda a parte, continua sendo a mesma e, de modo nenhum, é abalada a unidade do corpo.

(6) Na sua exuberante fertilidade, estende os seus ramos em toda a terra, derrama as suas águas em vivas torrentes, mas uma só é a cabeça, uma a fonte, uma a mãe, tão rica nos frutos da sua fecundidade. Do parto dela nascemos, é dela o leite que nos alimenta, dela o Espírito que nos vivifica.

S. CYPRIANUS CARTHAGINENSIS